Servidores pedem uma audiência com o ministro Ricardo Lewandowski, que toma posse na presidência do STF na próxima semana.| Foto: Agência Gazeta do Povo/ Henry Milleo

A uma semana da posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, servidores da Corte fazem uma manifestação na entrada do plenário pleiteando carreira própria no tribunal e recomposição salarial. Eles pedem uma audiência com Lewandowski ainda neste mês e encaminhamento do projeto de lei que estabelece carreira específica no STF. Caso o ministro não os receba na primeira semana após ser empossado, os servidores ameaçam uma paralisação no dia 17.

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A manifestação acontece menos de uma semana após os ministros encaminharem ao Congresso projeto que aumenta os próprios salários para R$ 35.919. Atualmente, os ministros recebem R$ 29 4 mil, mas já têm aumento aprovado para 2015 para R$ 30,9 mil. Os servidores pedem agora a "fatia" deles nas vantagens e pedem recomposição dos últimos oito anos em que não receberam reajuste. A reposição corresponderia a quase 40%.

O pleito já existe há dois anos e meio, afirmou o presidente da Associação dos Servidores do Supremo Tribunal Federal (Astrife), Osiel Ribeiro. Na gestão do ex-presidente Joaquim Barbosa, os servidores não conseguiram avançar. A expectativa é de que Lewandowski, que tem defendido publicamente a recomposição salarial dos magistrados, compre a briga dos servidores.

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Eles reclamam que um técnico do Senado, por exemplo, chega a ganhar três vezes mais do que servidor com igual função no STF. Atualmente, de acordo com a associação, um técnico do STF recebe R$ 4,5 mil, valor semelhante ao auxílio moradia de um ministro, reclamam os servidores. Lewandowski precisa convocar na Corte sessão administrativa para aprovar o projeto dos servidores e encaminhá-lo ao Congresso Nacional. O projeto tem impacto de R$ 150 milhões e abrange os 1.000 servidores do Supremo.

De acordo com os manifestantes, a falta de uma carreira própria faz com que os trabalhadores usem o STF como "trampolim", pulando posteriormente para outros órgãos em que há acúmulo de funções e maior número de gratificações. Em 2008, segundo a Astrife, o tribunal teve de chamar 900 nomes aprovados em concurso para completar 150 vagas.