Servidores estaduais que participam do Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos realizaram uma manifestação nesta quinta-feira (1.º) em frente à Assembleia Legislativa durante a posse do novo governadorOrlando Pessuti (PMDB). Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), cerca de 100 agentes penitenciários estavam no local por volta das 18h30, além de membros de outras entidades.

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Fogos de artifício foram usados para marcar a troca dos governadores. "Queríamos mostrar que durante o governo Requião as nossas reivindicações não avançaram e, principalmente, que esperamos que a chegada de [Orlando] Pessuti melhore o diálogo entre o governo e o sindicato", afirma José Roberto Neves, vice-presidente do Sindarspen.

O grupo continua reunido na Assembleia esperando o final da cerimônia de posse. "Queremos cumprimentar o Pessutti, para mostrar que existe uma categoria unida e organizada", diz Neves.

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Impasse

No caso específico dos agentes, a irritação com o governo foi motivada por um impasse relacionado ao reajuste do Adicional de Atividade Penitenciária (AAP), gratificação recebida pela categoria. O sindicato alega que a Secretaria de Estado de Administração e Previdência (Seap) havia se comprometido, em fevereiro, a conceder ao adicional um reajuste de 14,89%, que seria retroativo a 2006. Entretanto, o governo do estado teria voltado atrás e autorizado uma correção de 5% na gratificação e de 5% no salário base. "O governo não argumenta. Fala que não vai pagar e ponto", disse o presidente do sindicato.

Nesta semana, o Fórum de Servidores já solicitou uma audiência com Orlando Pessuti (PMDB). A expectativa dos agentes é de que uma comissão seja recebida pelo novo governador já na semana que vem.

O AAP foi criado em 2003 por meio de lei estadual. Entretanto, o projeto de criação do benefício não previa mecanismos de reajustes, o que fez com que o adicional permanecesse congelado. Em novembro de 2009, o Sindarspen iniciou uma mobilização para reivindicar correções na gratificação. Após uma série de reuniões, o sindicato diz que o próprio governador reconheceu que o congelamento prejudicava a categoria e determinou que se iniciassem estudos para o reajuste.

O Paraná tem, atualmente, 3.346 mil agentes penitenciários, que atuam em 23 unidades prisionais. Segundo o sindicato, o AAP é o mesmo para toda a categoria e corresponde a R$ 1.550, valor bem superior ao salário inicial dos agentes, que é de R$ 850. De acordo governo do estado, os recebimentos iniciais de um agente, somando salário e gratificação, é de R$ 2.550,65 e pode chegar a R$ 5.182,13. Paralelamente às reivindicações, o sindicato se articula para caçar uma liminar concedida ao governo, que proíbe os agentes de iniciarem uma greve.

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Outro lado

De acordo com nota divulga nesta semana pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Administração e Previdência (Seap), este é o quarto ano consecutivo que o governo estadual aplica reajuste ao funcionalismo estadual. No comunicado, a Seap afirma que o governo "mantém constante e franco diálogo com os sindicatos que representam o funcionalismo".

Segundo a nota, o governo tem investido na remuneração dos agentes penitenciários. De 2006 a 2010, a categoria teria sido beneficiada com duas promoções e uma progressão, de acordo o plano de carreiras previsto no Quadro Próprio do Pode Executivo, do qual os agentes penitenciários fazem parte.