Os servidores municipais da educação e das demais categorias do funcionalismo público de Curitiba ameaçam parar no dia 31 de março prazo final para a definição da data-base de 2009. O indicativo de paralisação será votado em assembleia na próxima terça-feira, após uma reunião entre representantes da prefeitura e os sindicatos dos servidores do magistério (Sismmac) e dos servidores públicos (Sismuc). As entidades pedem reajuste salarial de 39,52% e exigem mais agilidade nas negociações com o município. A aprovação da paralisação vai depender do resultado do encontro da semana que vem o início de uma greve não está descartado.
Na última terça-feira, integrantes dos dois sindicatos fizeram um protesto em frente à prefeitura contra uma suposta demora por parte da administração municipal em se manifestar a respeito da pauta de reivindicações da categoria, que foi entregue no dia 19 de fevereiro. Durante esse encontro, segundo o Sismuc, o secretário de Recursos Humanos, Paulo Schmidt, havia prometido definir o cronograma de negociações até o dia 10 de março. No entanto, o primeiro contato com os servidores teria sido feito apenas no último dia 9, às 17 horas, no que seria uma tentativa de desmobilizar a luta por melhores salários. "Estamos dando um voto de confiança à prefeitura, mas eles precisam demonstrar mais boa vontade para negociar", afirma Alessandra Claudia de Oliveira, diretora de imprensa e comunicação do Sismuc. "Não queremos prejudicar o atendimento à população, mas, se as coisas continuarem caminhando dessa forma, poderemos, sim, entrar em greve."
Durante a manifestação, a administração municipal aceitou receber alguns representantes da categoria. Porém, como Paulo Schmidt não estava na prefeitura, os servidores foram atendidos pelo secretário do Trabalho e Emprego, Jorge Bernardi que não é o responsável direto por fazer esse tipo de negociação. Os professores e funcionários públicos pediram que, além do calendário de reuniões, seja apresentada no próximo encontro uma resposta à proposta salarial exigida pelos sindicatos.
Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura de Curitiba disse que, mesmo não havendo nenhuma reunião marcada para o último dia 10, se dispôs a receber os servidores. De acordo com a administração municipal, a criação do cronograma de negociações é praxe em todos os anos e, a partir da próximo encontro, terá início o debate em torno do reajuste salarial. A prefeitura afirmou ainda que a Secretaria de Governo está analisando cada uma das propostas dos servidores, mas se negou a comentar qualquer ameaça de greve ou paralisação.
Professores municipais
Apesar do ato conjunto realizado com os demais servidores públicos, os professores da rede municipal conseguiram nesta semana um reenquadramento de carreira aos integrantes da docência dois (que dão aulas de 5ª a 8ª séries). A prefeitura de Curitiba estendeu a todos eles um acréscimo de remuneração entre uma e dez referências cada referência corresponde a 2,8% do salário. Segundo a administração municipal, o pagamento será feito de maneira gradual até 2012 e custará R$ 8 milhões aos cofres públicos.
Benefício
O Sismmac, porém, defende que o benefício seja estendido aos professores até 2010. Segundo a entidade, se a proposta for acatada, todos os servidores de docência um (aulas de 1ª a 4ª séries) e dois terão os salários equiparados nos próximos dois anos. "Estamos tentando baixar o prazo dado pela prefeitura", conta Rafael Alencar Furtado, diretor de comunicação do sindicato. "No entanto, nossa luta principal continua sendo pelo reajuste salarial da categoria." Se o poder municipal não se mostrar disposto a oferecer melhores condições de trabalho e aumento nos salários, o Sismmac, assim como o Sismuc, defende a paralisação dos servidores e, em último caso, a realização de greve.
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Interatividade
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