Servidores públicos municipais de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, realizam uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (15) em protesto por um reajuste salarial de 18%, aumento no valor do vale-refeição, entre outras reivindicações. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos de São José dos Pinhais (Sinsep), aderiram à greve cerca de mil pessoas, o que corresponderia a aproximadamente um quinto de todo o funcionalismo público da cidade.
A prefeitura de São José dos Pinhais não tem um levantamento oficial de quantos servidores estariam de braços cruzados, mas garantiu que todos os serviços públicos estão funcionando normalmente. O município conta com 63 escolas municipais, 32 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e 32 unidades de saúde.
Os manifestantes, que desde o início da manhã bloqueiam a Rua Passos de Oliveira, no Centro da cidade, pedem uma reunião com o prefeito, Ivan Rodrigues (PTB), para discutir a pauta de reivindicações. "Dependendo da resposta da prefeitura, uma greve poderá ser deflagrada por tempo indeterminado", diz Evelise Cotovicz, diretora do Sinsep.
O protesto ocorre no mesmo dia em que os professores e servidores públicos municipais de Curitiba deflagraram uma greve por tempo indeterminado, também em razão de reajuste salarial. Apesar disso, os manifestantes das duas cidades afirmam que não há relação entre as duas paralisações.
Reivindicações
Os servidores municipais de São José dos Pinhais reivindicam reajuste salarial de 18%. Segundo o sindicato, a negociação com a prefeitura já dura três meses e até agora não houve avanço. "Eles alegam que são os primeiros meses da administração e não há dinheiro para dar aumento. Mas o orçamento do município foi aprovado no ano passado e segundo os cálculos do Dieese o município tem condições de atender a reivindicação", diz Nelson Castanho, presidente do Sinsep.
Outra reivindicação é aumento no valor do vale alimentação, que passaria dos atuais R$ 6,20 para R$10. A categoria quer, ainda, a revisão do estatuto dos servidores municipais. Segundo Evelize, o estatuto foi aprovado em 2004 sem a participação dos servidores. "Este estatuto achatou os salários dos servidores. Quem é funcionário de carreira há mais de 20 anos no município está recebendo atualmente menos da metade que os recém contratados", disse.
Em nota a prefeitura informou que recebeu a pauta de reivindicações em 27 de março e ainda está analisando as propostas. Para o município não há atraso no início das negociações, pois a data base dos servidores é 1º de maio. A nota afirma, ainda, que nos anos de 2002, 2006 e 2007 não houve perdas de 9,95% nos salários dos servidores, como teria afirmado o sindicato, mas um ganho de 1,65%.