Os servidores municipais de Curitiba recusaram, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (29), a proposta de aumento salarial de 10%, a partir de abril deste ano, proposta pela Prefeitura. O reajuste foi uma das medidas anunciadas prefeito Luciano Ducci (PSB) nesta quarta-feira. Ele também irá reduzir o próprio salário em 30%.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), a proposta apresentada pelo prefeito ficou muito abaixo do esperado pelos servidores, que estariam acumulando uma defasagem de 14%, por conta de perdas salariais dos últimos oito anos gestões de Beto Richa (PSDB) e Ducci. "Estamos amargando 14% de perdas históricas. Essa proposta de 10% não apresenta ganho real", disse a secretária de Assuntos Jurídicos do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos.
Possibilidade de greve
Com a decisão, os servidores vão se organizar, informando a população sobre as reivindicações, até a data da nova assembleia geral, marcada para o dia 8 de março. Nesta assembleia eles também pretendem avaliar se aprovariam ou não o indicativo de greve, que teria início no dia 14 de março, possivelmente junto com os servidores do magistério. "Estamos abertos à negociação. Qualquer proposta oficial apresentada pela Prefeitura que possa mudar a opinião dos servidores será discutida na assembleia do dia 8", explica Irene.
Mesmo com uma reposição de 14%, o Sismuc entende que a proposta não seria suficiente para contemplar os desejos da classe. O objetivo do sindicato é elevar os pisos salariais de R$ 1,5 mil para o nível básico, R$ 2,5 mil para o nível médio, R$ 3 mil para o técnico e R$ 4,5 mil para o superior.
Atualmente, Curitiba conta com 44 mil servidores, sendo aproximadamente 34 mil da ativa. O sindicato garante que uma paralisação iria afetar tida a categoria.
Proposta
O projeto de lei que autoriza o aumento de 10% aos servidores foi encaminhado à Câmara Municipal. Os secretários municipais e o prefeito Luciano Ducci não receberiam o reajuste de 10%, sendo contemplados apenas com a reposição da inflação.
Ao anunciar o aumento, Ducci afirmou que "este é o maior reajuste concedido aos servidores desde o Plano Real. É justo e necessário para uma equipe que presta serviços de qualidade pela cidade e pela população curitibana", em entrevista ao site da prefeitura.
Corte no salário
Em ano eleitoral, o pacote apresentado pelo prefeito Luciano Ducci incluiu também a redução formal do salário dele em 30%. O projeto será enviado à Câmara Municipal nesta quarta-feira.
A redução será de R$ 8.016,94. Com o projeto aprovado, o salário bruto do prefeito seria reduzido de R$ 26.723,13 para R$ 18.706,19. De acordo com a prefeitura, Ducci já devolve mensalmente 30% de seu salário líquido desde o início do mandato, com o projeto, o corte será feito automaticamente. Richa também fazia a devolução.
A redução formal já foi estudada antes, mas não foi aplicada por impedimentos legais. A Procuradoria-Geral do Município informou, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, que o corte nos vencimentos de Ducci é legal. Não há vinculação entre o salário do prefeito e o dos servidores, de acordo com a Procuradoria.
Outras medidas anunciadas
Ducci também propõe elevar o piso dos guardas municipais de R$ 1 mil para R$ 1,4 mil. A proposta será discutida nesta quinta-feira (1), em nova assembleia.
Por último, ele apresentou um projeto que amplia o salário dos professores por meio do Programa de Produtividade e Qualidade. A gratificação será de R$ 275.
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