Dos onze candidatos a governador do Paraná, sete são considerados "nanicos", ou seja, pertencem a partidos políticos com pouca representação legislativa. Apesar de pouco conhecidos e com uma previsão de gastos modesta, eles declararam que estão na campanha para valer e que até sonham passar para o segundo turno de votação.
O que motiva esses candidatos é a possibilidade de divulgar sua agremiação. "A partir do momento em que estamos ligados a um partido, temos que lançar candidaturas próprias, baseados em nossos ideais, independentemente se o partido é pequeno ou grande", afirma a candidata do PRTB ao governo, Ana Lúcia Pires. Ela é a candidata do grupo dos pequenos com maior previsão de gastos: R$ 2,8 milhões, de acordo com declaração feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Apesar de ser um partido pequeno, há uma estrutura boa em todo o estado.", diz.
Para o candidato do PSOL, Luiz Felipe Bergmann, apenas a candidatura própria permite apresentar um partido ainda desconhecido para a sociedade. "Fazemos política pensando a longo prazo. Não são só os resultados das próximas eleições que importam", diz.
"Não estou aqui para brincadeira. Nosso objetivo é chegar no segundo turno, senão não iria gastar tempo e dinheiro com campanha", afirma Luiz Adão, candidato do PSDC. Jorge Martins, do PRP, também tem essa expectativa: "Sou um homem muito atrevido. O Paraná tem necessidade de mudar e eu estou propondo isso".
O candidato do PCO, Ivo Souza, tem o menor valor estimado para gastos de campanha para o governo: R$ 30 mil. "Quem arrecada milhões vai defender o interesse daqueles que o patrocinaram e não do povo, que é o nosso foco", diz.
Na avaliação do candidato do PSL, Antonio Roberto Forte, estas eleições são ideais para propor candidatura. "Os outros candidatos estão desgastados, todos envolvidos com escândalos. Não acredito que o povo vai manter os mesmos no poder", conta. Forte já concorreu ao cargo de vereador em Curitiba em 1996, quando recebeu cinco votos. Ele explica que na época desistiu de concorrer, mas não deu baixa no cartório eleitoral.
Apesar dos candidatos não terem citado a cláusula de barreira, ela também motivou o lançamento de candidaturas próprias. Esse dispositivo prevê que os partidos que não alcançarem 5% dos votos nas eleições proporcionais, sendo 2% do total em pelo menos nove estados, não terão direito a funcionamento parlamentar. Isso significa que não receberão verbas do fundo parlamentar e não terão direito à propaganda eleitoral partidária. Os diretórios nacionais de alguns partidos entendem que as candidaturas próprias são o melhor caminho para cumprir a cláusula.
Para o professor de Economia Política da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Lafaiete Neves, muitos partidos não vão conseguir superar a cláusula da barreira, mas ele diz que a pluralidade partidária é benéfica. "O processo democrático só vai se consolidar se houver vários grupos partidários. Todos os segmentos da sociedade precisam de representatividade e os partidos menores vêm para atender essa aspiração", completa.
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