Brasília (AG) O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse ontem ao vice-presidente da Casa, José Thomaz Nonô (PFL-AL), que até quarta-feira decidirá seu futuro, se renuncia ou não à presidência da Câmara e ao mandato. O deputado Francisco Dornelles (PP-MG), que também visitou Severino, confirmou que o presidente da Câmara "vai tomar uma posição na terça ou quarta-feira e está examinando as alternativas".
Segundo Nonô, Severino está tenso e vai analisar a situação com sua base em Pernambuco. Indagado se tinha dado algum conselho a Severino, já que é um maiores interessados no assunto, Nonô respondeu que "se conselho fosse bem, era vendido".
Se Severino renunciar à presidência, será realizada uma nova eleição em cinco sessões. Se ele pedir licenciamento do cargo, Nonô assume enquanto durar o afastamento. O governo não quer saber da hipótese de ter um pefelista na presidência da Câmara.
Na quarta-feira, os deputados Yeda Crusius (PSDB-RS), Rafael Guerra (PSDB-MG), Júlio Semeghini (PSDB-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ) começaram a colher assinaturas de parlamentares pelo afastamento temporário de Severino, pouco depois da apresentação de um cheque descontado por uma funcionária do gabinete do deputado que teria sido usado para pagar parte da propina exigida do empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurante Fiorella. PFL, PT, PMDB e PSB também passaram a defender o afastamento imediato ou a renúncia do presidente da Câmara.
O quarto-secretário da Mesa, João Caldas (PL-AL), afirmou que o diálogo com os líderes foi franco e sem rodeios: "A situação política é insustentável. É muito crítica. Ele está querendo enfrentar, mas o aconselhamento geral é da renúncia."
Sucessor
Sobre o eventual sucessor de Severino na presidência da Câmara, os líderes aliados concluíram que dificilmente haverá consenso entre todos os partidos políticos em torno de um nome. O clima tumultuado e de disputa política não contribui para um entendimento.
Os aliados do Planalto vão tentar emplacar um nome e levar à mesa de negociação com os partidos de oposição. Os deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Sigmaringa Seixas (PT-SP) são os mais citados.
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