Sentindo-se abandonado pelo governo, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), mudou o discurso e mandou um recado em tom de ameaça ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira. Por intermédio do deputado João Caldas (PP-AL), disse que está estudando a possibilidade de pedir uma licença médica, o que deixaria o comando da Câmara nas mãos do pefelista José Thomaz Nonô (AL), hipótese que assusta o governo e que havia sido descartada inicialmente por Severino.
- O presidente Severino dá sinais de que vai tirar licença e salve-se quem puder. Vai para o cadafalso, mas pode levar mais gente. Eu disse que falaria isso à imprensa e ele afirmou: pode falar. É uma alternativa que jamais tinha cogitado. O risco que corre o pau, corre o machado. O governo deve estar de orelha em pé porque, se isso se concretizar, a Câmara vai para a oposição e há muita coisa engavetada - disse João Caldas, numa referência indireta aos pedidos de impeachment do presidente Lula que chegam à Câmara, sempre arquivados por Severino.
Na manhã desta sexta-feira, Severino pediu ao ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, um encontro com Lula, o que só deve ocorrer a partir de segunda-feira, depois que o presidente voltar da viagem a São Paulo. Segundo interlocutores, Severino quer acertar com Lula a manutenção de seus apadrinhados no governo, como o ministro das Cidades, Márcio Fortes.
Severino esteve reunido nesta sexta-feira com aliados. Além do corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), estiveram na casa de Severino os deputados João Caldas (PP-AL) e Pedro Corrêa (PE), presidente do PP. João Caldas acompanhou Lula na sua viagem de volta de Alagoas, com quem pode ter conversado sobre o encontro que Severino pretende ter com o presidente antes de decidir seu futuro.
Severino está confinado em sua casa, em Brasília, desde a revelação de que sua secretária sacou um cheque da conta do empresário Sebastião Buani, que o acusa de cobrar propina para renovar o contrato de um restaurante na Câmara, quando Severino ainda era primeiro-secretário da Casa, de 2002 a 2003.
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