O ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti reapareceu nesta quarta-feira no Congresso, menos de um mês após sua renúncia. Sem constrangimento, fez uma peregrinação por gabinetes de parlamentares pernambucanos, como o senador Sérgio Guerra (PSDB), para pedir apoio a projetos de sua região, numa estratégia para garantir sua volta ao Legislativo em 2006.
- Renunciei ao meu mandato para não prejudicar os interesses do país, mas desde que saí a Câmara continua parada - lamentou.
Severino aproveitou a rápida passagem pelo Congresso para criticar a ameaça da Câmara em não pagar o reajuste de 15% aos funcionários do Legislativo por falta de recursos:
- É preciso encontrar dinheiro para pagar os funcionários. O Senado já pagou e a Câmara tem de pagar também. Essa foi a posição que tomei e não posso aceitar que seja tratamento diferenciado. Os funcionários já gastaram o dinheiro e não têm outra saída. O governo que encontre uma solução para melhor atender ao funcionalismo.
Severino não culpa seu sucessor, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pela paralisia da Câmara, mas os líderes partidários. Segundo ele, a crise política deflagrada pelas denúncias de corrupção no governo Lula e no Legislativo ainda está longe de acabar, tendo em vista a série de processos por quebra de decoro parlamentar que terão de ser analisados e votados pelo Conselho de Ética.
- A crise não está acabando. Pelo contrário, continua muito forte. Veja aí o julgamento do deputado José Dirceu, que será o mais importante - disse o ex-deputado, sem querer fazer um prognóstico do resultado da votação que sacramentará o destino do ex-ministro da Casa Civil.
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