Marcado
Perillo e Agnelo vão depor em 12 e 13 de junho, respectivamente
Folhapress
O presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou ontem que o depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), será realizado no próximo dia 12 de junho. No dia seguinte, será a vez do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prestar esclarecimentos no colegiado. A convocação dos dois governadores foi aprovada na sessão de quarta-feira da CPMI. Na ocasião, o pedido para ouvir o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), foi rejeitado.
Segundo a PF (Polícia Federal), Perillo recebeu R$ 1,4 milhão de Carlinhos Cachoeira pela venda de uma casa e nomeou funcionários a pedido do empresário, preso sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal. Agnelo, diz a PF, também teve assessores corrompidos pelo grupo de Cachoeira. Tanto o petista quanto o tucano negam irregularidades.
Acabou em bate-boca a sessão da CPMI do Cachoeira para ouvir o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Durante a audiência, o parlamentar preferiu ficar calado, seguindo recomendação do advogado. Em breves palavras, Demóstenes disse na comissão que todas as explicações já tinham sido dadas na última terça-feira, quando foi inquirido por cerca de cinco horas no Conselho de Ética do Senado, onde responde processo de quebra de decoro.
"Comunicamos até por uma questão de lealdade com essa comissão que nos permaneceríamos calados, conforme faculdade prevista na Constituição", afirmou Demóstenes. A decisão do senador irritou parlamentares.
Logo após o presidente da CPMI, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciar que o pedido para ficar em silêncio seria respeitado, o deputado Silvio Costa (PTB-PE) pediu para falar e proferiu uma série de acusações contra Demóstenes.
"Vossa Excelência passou cinco horas [no Conselho de Ética] e não conseguiu se explicar ao país. O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Ele escreve em letras garrafais: Eu, Demóstenes Torres, sou sim membro da quadrilha do senhor Cachoeira, sou sim o braço legislativo da quadrilha do senhor Cachoeira".
O discurso de Silvio Costa foi interrompido por uma intervenção do senador Pedro Taques (PDT-MT). O pedetista apresentou questão de ordem para que a sessão fosse imediatamente cancelada."
"Não cabe a qualquer parlamentar expor o outro, mesmo em se tratando de CPI, mesmo em se tratando de um cidadão que está sendo acusado", protestou Taques. A intervenção do colega irritou Silvio Costa, que partiu para o bate-boca. Em meio à confusão, o presidente da CPMI encerrou a sessão. "Passaram da conta", disse Rêgo.
Esse é o segundo bate-boca entre integrantes da CPMI do Cachoeira em uma semana. Na quinta-feira da semana passada, os deputados paranaenses Dr. Rosinha (PT) e Fernando Francischini (PSDB) protagonizaram um bate-boca que quase se transformou em uma briga física.
Repercussão
Ao longo do dia, o desentendimento entre Silvio Cota e Taques continuou. O deputado acusou Taques de trabalhar pela absolvição do colega Demóstenes. "Tenho certeza que o Senado brasileiro vai cassá-lo por 80 votos a favor. Espero que o senador Pedro Taques, que hoje mostrou que poderá ser um voto para absolvê-lo, repense o voto e vote pela cassação", afirmou Costa.
Pedro Taques afirmou que não descarta a possibilidade de pedir a abertura de um processo no Conselho de Ética contra o colega da Câmara. "Desabafo se faz em boteco, não em CPI ", disse.
Veja como foi a discussão