São Paulo (Folhapress) Em uma carta ao PT, o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira assumiu ter cometido um erro ao aceitar um carro como presente de seu amigo pessoal e proprietário da empresa GDK e solicitou sua desfiliação do partido. Alguns petistas já haviam pedido a expulsão de Pereira.
"Nada ofereci ou me foi pedido em troca. Minha consciência está tranqüila. Tenho clareza, no entanto, de que falhei com minhas obrigações partidárias ao aceitar esta situação."
O vice-presidente da GDK empresa que presta serviços à Petrobrás , César Roberto Santos Oliveira, admitiu na quinta-feira à noite ter presenteado o ex-secretário-geral do PT com o carro, da marca Land Rover, no valor de R$ 73,5 mil, em novembro de 2004.
Em nota, Oliveira afirmou que "de livre e espontânea vontade, em caráter estritamente pessoal, sem conhecimento prévio de quem quer que seja, resolvi adquirir o veículo (Land Rover Defender 90-SW, ano 2003) e presenteá-lo (a Sílvio Pereira)".
O vice-presidente da GDK disse que, num dos encontros que manteve com o ex-secretário-geral do PT, Sílvio "manifestou intenção em adquirir um veículo usado da marca Land Rover". Segundo Oliveira, depois desse episódio, decidiu presentear Sílvio. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista dos Correios na terça-feira, Pereira usou o habeas-corpus concedido pela Justiça para se negar a responder questões feitas sobre o seu patrimônio.
O ex-secretário-geral do PT, que é acusado de envolvimento no suposto esquema de pagamento de mesadas a deputados, o chamado mensalão, é um "homem da máquina" de seu partido, presente desde a fundação. É sociólogo, casado e pai de uma filha. Foi por duas vezes secretário da organização, antes de assumir o cargo de secretário-geral, sendo "o braço-direito" do ex-ministro José Dirceu nas ligações entre governo e partido. Ele também integrou a coordenação das últimas campanhas presidenciais do partido e participou da elaboração do estatuto do PT.
O nome de Pereira surgiu para a crise política a partir das denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Jefferson o acusou de negociar nomeações de cargos em estatais. Mais tarde, o ex-presidente nacional do partido, José Genoíno, afirmou em depoimento à Corregedoria da Câmara que "Sílvio Pereira representava o PT nas reivindicações que apresentava ao governo e a representação dos companheiros do PT na administração federal" e que utilizava uma sala da Casa Civil para as negociações.
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