O senador Pedro Simon (PMDB-RS) apontou nesta sexta-feira, da tribuna, uma série de motivos para a presidente Dilma Rousseff não indicar a ex-senadora e atual ministra da Pesca, Ideli Salvatti, para a coordenação política do governo. Ele disse saber que a escolha é exclusiva da presidente da República, mas que, no caso, "Dilma tem de meditar muito e ter o cuidado de escolher alguém da sua confiança, qualificada para o cargo".
Ele lembrou que Ideli teve no Senado uma "convivência difícil com os parlamentares". "Não acredito que seja ela", rebateu o senador, referindo-se ao noticiário que dá como certo a escolha da ministra da Pesca para o cargo. "Ela (Ideli) é lutadora, brava, gosta de bater boca, de discutir, ela é para ser líder do governo, para brigar pelas coisas, mas coordenadora política, costurar, debater? Não sei com quantos parlamentares ela teve uma convivência difícil", afirmou, referindo-se às discussões constantes que havia entre a senadora com colegas da oposição.
Simon disse que Dilma acertou na escolha da senadora Gleisi Hoffmann para ser "a gerentona" da Casa Civil. "Mas com todo respeito, a ministra da Pesca, senadora brilhante, grande política, por quem tenho o maior respeito, mas me atrevo a dizer aqui e fico sem graça de dizer, mas não me parece que seja a pessoa indicada para a coordenação política".
Fora da tribuna, Pedro Simon lembrou as denúncias sobre o envolvimento de Ideli Salvatti com ONGs suspeitas de seu estado. "Vai vim tudo à tona", previu, lembrando da decisão do governo Lula de impedir as investigações da CPI das ONGs. "Ali tinha coisa do PT e do PSDB e por isso não avançou", constatou. O senador lembrou, ainda, outro fato contra a indicação de Ideli, a dela ter "a antipatia total do PMDB de Santa Catarina e por aí começar o desgaste".
Já o presidente do Senado, José Sarney, disse não saber se a ex-senadora será a escolhida para a coordenação política. "Isso é uma função da presidente da República e qualquer escolha que ela faça, será uma boa escolha, porque ela tem grande experiência e competência para avaliar as pessoas". Ao contrário de Simon, Sarney se referiu a Ideli dizendo que "ela tinha um excelente trânsito no Senado". "Tinha boa convivência, era partidária, mas ao mesmo tempo era uma pessoa acessível ao diálogo. Procurava sempre compor, de maneira que ela, no desempenho da Casa, se mostrou uma boa senadora e uma boa articuladora política".
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