Denilson Pires da Silva: apoio de cobradores e motoristas| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Perfil

Denilson Pires da Silva (DEM), 40 anos

Cidade natal: Natural de Ibema, Norte do Paraná. Chegou em 1969 a Curitiba.

Profissão: cobrador de ônibus.

Região que representa: Bairro Novo, Sítio Cercado, Tatuquara, Osternack, Ganchinho e Umbará.

Votação: 6.439 votos – 23° colocado.

Bandeiras políticas: primeiro emprego à juventude, segurança com uma Guarda Municipal mais atuante, transporte coletivo e saúde.

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O vereador eleito Denilson Pires começou a carreira política pelo PT, em 1987. Após cerca de 20 anos e uma passagem pelo PTB, ele diz ter se encontrado no DEM, partido de direita com o qual foi eleito para assumir uma vaga na Câmara de Curitiba em 2009. Além da trajetória curiosa entre partidos de diferentes ideologias (e grandes adversários), está o fato de Pires ser sindicalista e se intitular de centro-esquerda. "Espero que o DEM seja o que é o Democrata nos Estados Unidos", diz. "Por ter Barack Obama contra o (George W.) Bush, contra a invasão do Iraque, optei pelo DEM."

Cobrador desde 1991, Pires preside há dez anos o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana, com 11 mil filiados. Ele conta que propôs uma gestão de sindicato diferenciada da visão tradicional e que é contra radicalização. "Estamos conseguindo avançar em coisas que em sindicatos antigos não avançavam", afirma, referindo-se a atendimento médico, assessoria jurídica e recreação aos trabalhadores.

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O sindicalista apoiou quatro greves – duas por salário e duas por segurança. Na última greve de motoristas e cobradores, em 2006, Pires foi contra por achar que não era o momento correto. Para o próximo ano, estuda a possibilidade de continuar à frente do sindicato enquanto exerce o mandato. A assessoria jurídica da Câmara diz que não há impedimento para isso, mas o sindicato fica proibido de receber recursos municipais.

Propostas

Entre as propostas do eleito para transporte público estão semáforos com sensores nas canaletas, para dar prioridade aos ônibus, linhas saindo dos terminais direto para o centro, ônibus biarticulados com trajeto sem paradas, entre outras. Representando a categoria, pretende acabar com a dupla função do motorista de microônibus, que tem de cobrar dos passageiros e dirigir ao mesmo tempo, e defender os trabalhadores que recebem reclamação pelo telefone da prefeitura, o 156.

Pires diz acreditar que metade dos votos que recebeu veio de motoristas e cobradores. Ele trabalhou como cobrador nas linhas Interbairros 2, Interbairros 4, Pinheirinho CIC, Portão CIC, Cabral Santa Cândida, Pluma e Futurama. Foi no Interbairros 5 que fez bons amigos, que no fim de ano levavam para os colegas champanhe, bolo e presentes. "Cobradores e motoristas passam a fazer parte da vida das pessoas." Foram os amigos que conheceu, inclusive, que pediram para ele voltar quando foi tirado da escala do Interbairros 5. O motivo da saída foi a reclamação, feita pelo motorista, de que Pires estudava demais no ônibus.

Do lado negativo da profissão, o sindicalista destaca a falta de segurança e afirma que foi um dos primeiros cobradores a ser assaltado em 1994. Outra dificuldade era a pressão pelo troco. "Muitas vezes não conseguia o troco e o pessoal ficava nervoso." Antes de ser cobrador, Pires vendeu banana com o padrinho e trabalhou em frigorífico. Esta foi a primeira vez que disputou uma eleição.

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