Os representantes das centrais sindicais que se reúnem na manhã desta sexta-feira (4) com ministros para discutir o valor do salário mínimo já admitem um piso nacional abaixo dos R$ 580. Segundo eles, dependendo dos acordos sobre a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) e sobre uma nova política de valorização do mínimo, o valor do piso reivindicado pode baixar.
"Tudo depende do processo de negociação", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, um dos sindicalistas presente no encontro. "São três pontos. Se passar pela correção da tabela do IR e pela política de valorização para o mínimo, o terceiro [valor do salário mínimo deste ano] fica mais fácil de negociar."
Além da CUT, participam da reunião representantes da Força Sindical, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central. Pelo governo federal, estão presentes o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho; o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
A reunião ocorre no escritório da Presidência em São Paulo, na Avenida Paulista. Lá, dezenas de militantes dos sindicatos fazem uma manifestação por um salário mínimo maior. A proposta do governo é de R$ 545.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, é um dos que integram o protesto. Em entrevista à Agência Brasil, entretanto, ele também admite que será difícil que o governo federal ceda e aumente o salário mínimo para R$ 580. "Vai ser complicado", afirmou ele. "Nós vamos pedir, mas estamos dispostos a negociar".