Erenice (de costas), mesmo afastada do governo, foi à posse de Dilma| Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Brasília - A investigação aberta pela Casa Civil para apurar tráfico de in­­fluência de dois assessores da ex-ministra Erenice Guerra terminou sem recomendar qualquer punição. A sindicância concluiu que não há provas de irregularidades cometidas pelos servidores Vinicius Castro e Stevan Knezevic, que trabalhavam com Erenice no Palácio do Planalto. O escândalo derrubou a então ministra da Casa Civil em setembro, durante a campanha eleitoral.Vinicius Castro colocou a mãe como sócia numa empresa de consultoria em Brasília – Capital Assessoria e Consultoria – em sociedade com Saulo Guerra, filho de Erenice. Outro filho da ex-ministra, Israel, era quem atuava com Vinicius no lobby e cobrança de comissão de empresas que tentavam fazer negócios com o governo. Co­­­bravam uma taxa de 5% para fazer o "serviço". Após a revelação do caso, pela revista Veja, Vinicius pediu demissão do cargo. Stevan Knezevic foi devolvido à Agência Nacional de Avia­­ção Civil (Anac), onde é servidor público efetivo.

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Na sexta-feira passada, a Casa Civil abriu um processo disciplinar para apurar as relações de um convênio firmando com a Unicel, empresa que tem o marido de Erenice como consultor. Segundo a assessoria do Palácio do Pla­­­nalto, essa foi a única conclusão da sindicância aberta em outubro para apurar o tráfico de influência dos assessores de Erenice. O relatório final da apuração será enviado ao Mi­­­nistério da Defesa, à Anac e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Reportagem da revista Veja mostrou em setembro passado que a Capital Asses­­­soria e Consultoria fez lobby e cobrou propina para facilitar a vida da empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA) em contratos com o governo. A MTA pertence ao argentino Alfon­­­so Rios, que usou o coronel Eduardo Artur Rodrigues como testa de ferro na empresa no Brasil. Em agosto, o coronel assumiu a direção de Operações dos Correios indicado por Erenice Guerra.

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Pressionada, Erenice pediu demissão da Casa Civil. Ela assumiu a pasta em fevereiro após Dilma deixar o seu comando para ser candidata a presidente. Erenice era o braço direito da petista dentro do governo nos últimos cinco anos.

Na posse

Apesar da crise que abalou a campanha eleitoral à Presi­­­dência, Erenice esteve na cerimônia de posse de Dilma no último sábado e cumprimentou a nova presidente. Ela disse à reportagem que espera voltar a advogar a partir do próximo mês. Não quis dizer se manteve algum contato com Dilma.