Presidente da APP-Sindicato, que representa os professores estaduais, Hermes Leão afirma que a tentativa do governo de partidarizar o debate em torno da greve e criminalizar a militância sindical desconsidera a pauta de reivindicações defendida pelos docentes e por várias outras categorias. Ele ressalta que o Executivo adota a mesma postura da paralisação de 2015, apesar de pesquisas à época mostrarem 90% dos paranaenses em apoio à paralisação. “Trata-se de uma guerra de propaganda, numa clara distorção antidemocrática e autoritária de Richa e sua equipe contra o movimento sindical.”
Segundo ele, o funcionalismo não está exigindo nenhum “direito novo”, mas apenas o cumprimento da legislação, que estabelece o pagamento da data-base em janeiro. Leão ainda critica o discurso do governo de que não há caixa para bancar o reajuste. “No ano passado, o discurso foi o mesmo. Começaram com reajuste zero e foi possível chegar a um acordo, mesmo em meio a um cenário econômico mais difícil do que esse de agora”, diz. “Essa escolha de quebra de compromisso por parte do governador é uma decisão puramente política, e não por impossibilidade técnica-financeira.”