O presidente do sindicato dos metroviários, Flávio Godói, defendeu a paralisação das obras da linha 4 do metrô até que existam melhores condições de segurança aos trabalhadores.
- Em decorrência das várias situações de insegurança que aconteceram num período inferior a dois anos na construção da linha 4 do metrô, estamos pedindo para o governo do estado a interdição da obra, a suspensão da obra enquanto não houver segurança para os trabalhadores - disse Flávio Godói.
O diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Manuel Xavier Lemos Filho, questionou o contrato fechado pelo metrô com as empreiteiras responsáveis pelas obras da linha 4, que liga as Estações Luz a e Vila Sônia. Segundo ele, esta é a primeira vez que o metrô se isenta da responsabilidade de fiscalização das obras.
O metrô diz que o sindicato não é órgão competente para emitir opiniões técnicas sobre métodos construtivos.
- É a primeira obra onde os técnicos do metrô não fazem a fiscalização e não acompanham o gerenciamento. É uma obra de preço fechado, onde a empreiteira faz tudo, faz a contratação do projeto, a construção e o acompanhamento da instrumentação - disse Lemos Filho.
O sindicalista explicou que, nas obras passadas, o metrô contratava a empreiteira e também um projetista para revisar o projeto e aprovar ou fazer qualquer alteração. Ele fazia o monitoramento e a empreiteira não tinha 'total liberdade' de fazer a obra como quisesse.
Lemos Filho questionou ainda a informação de que o acidente teria sido causado pela chuva. Segundo ele, que acompanha as buscas desde sábado, até agora não foi encontrado 'nenhum fragmento de água na terra'.
- Nos surpreendemos quando chegamos aqui.Em nenhum momento vimos a presença de água. De sábado para cá, as máquinas retiraram junto à terra material solto que caiu no desmoronamento. Então essa hipótese de que as chuvas sobrecarregaram o terreno e provocaram o desmoronamento está indo por água abaixo - ressaltou.
O Sindicato dos Metroviários pediu o apoio de representantes da Assembléia Legislativa para questionar o projeto da obra. Os engenheiros responsáveis terão que dar explicações à Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembléia.
- É preciso fazer uma auditoria ampla na obra e a população não deve ficar com dúvidas se as obras do metrô têm problemas. Não pode surgir uma outra cratera em algum outro canteiro de obras vitimando mais pessoas - disse o sindicalista.
Para o sindicalista, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) deve ter a ajuda de representantes da sociedade civil para realizar as investigações, até porque o IPT é um órgão que responde ao governo do estado.
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