Sindicatos ligados ao PT realizaram neste sábado (5) um ato em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em frente a sua casa em São Bernardo do Campo, um dia depois do petista ter sido obrigado pela Polícia Federal a depor na Operação Lava Jato. Lula desceu, para a surpresa dos presentes, e cumprimentou os manifestantes.
LEIA TAMBÉM: Condução coercitiva de Lula pode ter sido exagerada
LEIA TAMBÉM: Nota de Sergio Moro repudia confrontos decorrentes de operação contra Lula
Entenda quais são as investigações que cercam Lula
Leia a matéria completaAté às 12h, a manifestação reunia cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da reportagem - nem a Polícia Militar nem a organização do evento divulgaram números.
Além de gritar em apoio a Lula, os presentes protestaram contra o Grupo Globo - “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, “ Fora Globo” e “ei, Globo, pague seu imposto” foram algumas das palavras de ordem.
O juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, também foi lembrado em cartazes que criticavam sua atuação e o chamavam de “tucano”.
Em ato, Lula diz ser mais honesto que Sérgio Moro
Leia a matéria completaA postura hostil contra a emissora e o magistrado ecoa o discurso do próprio ex-presidente, que nesta sexta (4) classificou a operação realizada em sua casa como uma orquestração da polícia, dos procuradores da Lava Jato e da imprensa para atingi-lo.
Além dos mandados de condução coercitiva, foram executadas ordens de busca e apreensão no apartamento em São Bernardo, nas casas dos filhos de Lula e no sítio em Atibaia que o petista frequenta. Os procedimentos foram parte da 24ª fase da Lava Jato, batizada de Aletheia, que apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações.
Figuras do PT paulista, como os deputados Vicentinho e Ana do Carmo estiveram presentes no ato deste sábado. A participação da presidente Dilma Rousseff, que na sexta saiu em defesa de seu antecessor, estava prevista para as 13h. Assim como a presidente, Lula também ainda não havia aparecido até as 12h30 .
Não houve violência física, mas uma mulher que passou na frente dos petistas com uma camiseta de movimentos pró-impeachment foi hostilizada - “golpista”, “piranha” e “vagabunda” foram alguns dos adjetivos usados”- e teve que ser escoltada pela PM.
“A participação é voluntária e não fizemos convocação. Sabemos que a luta será longa e precisamos de gás”, disse Brás Marinho, presidente municipal do PT em São Bernardo.
Além do partido, organizam o protesto os sindicatos dos bancários, dos metalúrgicos, dos gráficos, dos químicos, entre outros.
Este foi o segundo dia de protestos na frente da casa de Lula. Na sexta, pouco tempo depois do depoimento do ex-presidente, grupos pró e anti-PT entraram em confronto no local.
Deixe sua opinião