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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) tem de, mais uma vez, repudiar uma atitude do governador Roberto Requião com relação à imprensa. Desta vez, na reunião de terça-feira com o secretariado, o governador declarou que suspenderia a verba publicitária para o jornal Gazeta do Povo, como retaliação a uma matéria ("Praias do PR são as mais sujas do Sul"), que comparava a balneabilidade das costas dos cinco estados mais ao Sul do país.

Novamente, o governador mostrou que se considera acima de toda crítica, mesmo quando esta é feita com base em dados objetivos. Requião ignora a natureza pública de seu cargo e que, ao servir à população do estado, precisa agir com responsabilidade – e não com truculência. Se há a crítica, há o direito à réplica, porém esta deve vir com propriedade e rebatendo os pontos que são devidos – e a ameaça de retaliação não é discussão racional, é a mais baixa das falácias.Em 2003, quando surgiu a comprovação dos desmandos das verbas de publicidade (usadas para a compra de espaço editorial nos veículos) praticados pelo governo Lerner, o Sindijor propôs a regulamentação da chamada mídia técnica – critérios claros, livres de interferência política, para a veiculação de publicidade oficial nos diversos veículos. O que vemos agora é o governo anunciar com clareza como distribui verbas de comunicação: barganhando-as em troca de alinhamento editorial. Se isto não é intimidação, o que seria?

Embora a direção da Gazeta do Povo esteja absolutamente certa de que foi feito um trabalho jornalisticamente equilibrado, de saúde pública, a matéria despertou reações totalmente despropositadas. Um diretor da Associação Comercial de Pontal do Paraná, fazendo coro às investidas do governador, anunciou que não porá mais à venda a Gazeta nas bancas que possui no litoral. O nome disto é censura e deve ser repudiada com toda veemência. O Sindijor reitera seu compromisso com a liberdade de imprensa e condena o uso de verba pública para uso em coações.

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