A principal razão de fazer uma versão impressa de cada voto é poder conferir o resultado em caso de dúvida. No sistema puramente eletrônico, isso não é possível é preciso confiar no resultado que as urnas apontam, sem chance de recontagem. "Só Brasil e Índia ainda têm sistemas assim", afirma Jorge Stolfi, professor do Instituto de Computação da Unicamp.
Até hoje, houve poucas contestações sobre o resultado apresentado nas urnas eletrônicas no Brasil. Para o professor de Ciência Política Fabricio Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a população brasileira hoje em geral confia na lisura do sistema. "Mas os políticos, que têm mais informações sobre como o sistema funciona, mostraram que têm dúvidas sobre o processo ao aprovarem a Lei do Voto Impresso", afirma.
Um caso que colocou em xeque o atual modelo foi o da eleição para governador em Alagoas de 2006. Um estudo mostrou que quase metade das urnas apresentou defeitos de informática. "Não houve permissão da Justiça Eleitoral para investigar se isso chegou a afetar o resultado da votação", afirma Amílcar Brunazo Filho, moderador do fórum Voto Seguro.
De qualquer modo, os defensores da Lei do Voto Impresso dizem que o importante não é o resultado das eleições até agora. E sim, criar uma precaução contra possíveis fraudes que possam vir a ocorrer. "O principal medo é que alguém tenha acesso às máquinas e mude o software. Apareceria a imagem de um candidato na tela, mas o voto iria para outro", afirma Brunazo. De acordo com ele, o único modo de evitar isso seria ter os votos em papel para fazer uma recontagem.
Para o deputado federal Miro Teixeira, do PDT, partido que foi ao Supremo para contestar os argumentos da Procuradoria Eleitoral, a impressão dos votos seria importante para aumentar a confiança da população no sistema eleitoral. "Eu não desconfio do nosso sistema. Mas se a impressão do voto fizer mais gente confiar, por que não imprimir?", pergunta.
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