Brasília - O presidente do PDT no Paraná, Osmar Dias, definiu ontem como "insustentável" a permanência do colega de partido Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Para o ex-senador, o mínimo a ser feito por Lupi é pedir afastamento até que as denúncias contra ele sejam esclarecidas. Ele também garantiu que a direção estadual do partido continuará apoiando a presidente Dilma Rousseff, independentemente de uma saída traumática do ministro.
"A situação se agravou muito com essas imagens que apareceram nos últimos dias", disse Osmar, referindo-se à divulgação de imagens de Lupi utilizando um avião que teria sido pago pelo diretor de uma ONG para se deslocar no Maranhão, em 2009. "É algo insustentável. Eu defendo que, se o Lupi quiser continuar lutando pelo cargo, que pelo menos se afaste para facilitar as investigações."
O ex-senador admitiu que, sem o ministro, que é presidente licenciado da legenda, será difícil para Dilma encontrar interlocutores com o partido. "Mas ela tem como dialogar com as nossas bancadas na Câmara e no Senado. Se for para conversar, existem outros membros do partido que estão no governo, como eu, que podem ajudar", complementou Osmar, que é vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil.
Os números, no entanto, favorecem Lupi. Dos 26 deputados pedetistas, só José Antônio Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ) se opõem ao ministro. Dentre os cinco senadores, apenas Cristóvam Buarque (DF).
Oposição, não
Mesmo com uma possível demissão, Osmar não acredita que a cúpula do partido aceite deixar a base governista e ir para a oposição.
Segundo ele, qualquer mudança de rumo em Brasília não vai afetar os planos do PDT paranaense. A principal aposta da sigla na disputa municipal de 2012 no Paraná é o ex-deputado federal Gustavo Fruet. Recém-saído do PSDB, Fruet é pré-candidato à prefeitura de Curitiba e negocia a formação de uma aliança com outros partidos da base de Dilma em especial, o PT. Uma movimentação brusca do PDT no plano nacional poderia fortalecer a pré-candidatura de Ratinho Júnior (PSC), que também pleiteia o apoio das legendas governistas.
Ministeriável
Nos últimos dias, diante da incerteza da permanência de Lupi na Esplanada, o ex-senador Osmar Dias passou a ser cotado para assumir o Ministério da Agricultura. Isso ocorreria em uma possível reforma ministerial prevista para janeiro, que implicaria em remanejamento de pastas entre os partidos aliados.
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