Após ouvir do vice-presidente da República, Michel Temer, que as portas do PMDB estão "abertas para ele", o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que é filiado ao PSB, agradeceu o convite e disse que está estudando a proposta, embora esteja concentrado neste momento em sua reeleição para a presidência da entidade. "Estou concentrado aqui no meu trabalho", afirmou Skaf, após visita de Temer à Fiesp, na manhã de hoje.
Skaf se diz satisfeito com seu espaço no PSB, mas não nega as "intensas" conversas. "Não tenho nada a reclamar do PSB e tenho de agradecer ao PMDB por ter esse gesto de deixar as portas abertas para mim", disse. Em outro trecho da entrevista, Skaf afirmou sobre o convite para trocar de partido: "A política é muito dinâmica e o futuro a Deus pertence".
O presidente da Fiesp negou que a sua possível troca de partido tenha a ver com as negociações do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), de se transferir para o PSB. "Não vejo inconveniente, absolutamente. Se essa for a decisão do prefeito e do PSB, eu vou ficar muito feliz", afirmou.
Com pouco tempo de atuação partidária, Skaf defendeu o fortalecimento da política e dos partidos. E, nesse sentido, afirmou que a possível vinda de Kassab para o PSB pode fortalecer a legenda. "Quanto mais fortes os partidos políticos estiverem melhor", afirmou.
Antes do encontro público com empresários na Fiesp, Skaf e Temer conversaram, em separado, sobre sua possível ida para o PMDB. Desde a morte do ex-governador Orestes Quércia no final do ano passado, o PMDB tem manifestado o interesse de trazer o empresário para o partido - algo que já tinha sido cogitado por Skaf antes de sua filiação ao PSB, mas que tinha sido vetado por Quércia. "Na política, você aprende que não é proibido conversar. Política é construída com muitas conversas e eu não posso negar que se tenha muitas conversas, mas isso não significa que haja qualquer decisão no sentido de mudança de partido", afirmou o presidente da Fiesp.
Reformas
Skaf disse que concorda com a proposta de reforma política, que inclui voto majoritário para a eleição do Poder Legislativo e três anos de fidelidade partidária obrigatória, apresentada por Michel Temer, mas lembrou que há outras reformas urgentes, como a tributária e a trabalhista. O presidente da Fiesp elogiou a força política da presidente Dilma Rousseff na aprovação do salário mínimo de R$ 545, mas cobrou empenho do governo na votação das reformas. "Vamos torcer para que haja vontade e coragem suficiente do governo para promover as reformas estruturais no Brasil", disse.
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