Recursos da área de publicidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) abasteceram a conta da SMP&B no Banco Rural em Brasília, a mesma usada pelo empresário Marcos Valério para repassar dinheiro para o PT e outros partidos da base aliada. Em depoimento na CPI dos Correios, sócios da agência Giacometti Associados, Dennis Aurélio Giacometti e Hiram Castello Branco, admitiram que dos R$ 9,7 milhões que receberam da estatal - referente a serviços prestados em contrato de publicidade com a ECT - R$ 6,8 milhões foram transferidos para a SMP&B entre 2000 e 2003.
De acordo com o sub-relator de contratos da CPI, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), pelo menos R$ 900 mil pagos pela Giacometti à SMP&B foram depositados diretamente na conta que a agência de Marcos Valério usava para fazer os pagamentos autorizados pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. A justificativa para as transferências de dinheiro da Giacometti para a SMP&B foi a de que as duas agências dividiam o mesmo escritório em Brasília entre 2000 e 2003 e chegaram a se valer da mesma equipe técnica durante este período. O acerto entre as duas agências era de que a Giacometti repassaria para a SMP&B pelo menos 50% de seus lucros.
- Ainda não posso deduzir nada. Mas temos de investigar a relação da SMP&B com a Giacometti. A suspeita é de que essas empresas atuaram em conluio no contrato dos Correios e em outras licitações, como na Câmara Distrital do Distrito Federal - disse Cardozo.
Para o deputado petista, Marcos Valério já se beneficiava de recursos dos Correios antes mesmo de sua agência, a SMP&B, vencer a licitação do contrato de publicidade na estatal em 2003.
- Tudo indica que o Marcos Valério já lucrava com os Correios desde 2000, já que mantinha uma relação indireta com a estatal - acrescentou.
Cardozo está solicitando todas as cópias de licitações das quais a Giacometti participou, assim como a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos donos da Giacometti. Tanto Dennis Giacometti quanto Hiram Castello Branco disseram que o contato principal deles com a SMP&B não era Valério, mas com seu sócio Cristiano Paz.
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