Na tentativa de amansar o PFL, Geraldo Alckmin entregará ao partido, na transição para Cláudio Lembo, duas secretarias suculentas do governo paulista: Habitação e Agricultura. Ambas de "porteira fechada". Nuvens carregadas Análise de pesquisa apresentada ontem à cúpula pefelista: "O tempo joga contra a coligação PSDB-PFL. Alckmin precisa dar sinais de vitalidade antes de a campanha começar para valer, caso contrário será difícil reverter o cenário de favoritismo do presidente Lula nos 45 dias de campanha de rádio e televisão". Deixa estar No encontro que terá hoje com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), César Maia proporá que o partido só decida depois de 31 de março sobre a coligação com os tucanos. Até lá, o partido poderia fazer uma análise do quadro nos estados. Feridas abertas De um pefelista insatisfeito com o desfecho da novela tucana: "Se o Alckmin pensa que vai se dar bem no PFL conversando com Tasso (Jereissati), Antônio Carlos (Magalhães) e (José) Agripino está muito enganado". Primeira hora Alckmin ligou para o senador Agripino (RN), líder nas apostas para vice em sua chapa, tão logo foi anunciado candidato. Só para tucanos Os ânimos no tucanato continuam exaltados. Em voz alta, Tasso Jereissati (PSDB-CE) interpelou ontem o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), que fazia comentário cético sobre a escolha de Alckmin. "Você é do PSDB agora?", questionou o presidente do partido. Dedo do Planalto Antes da virada de mesa da ala oposicionista do PMDB, que destituiu o líder na Câmara, Wilson Santiago (PB), para evitar reunião da Executiva, o plano governista incluía até levar o ministro Saraiva Felipe (Saúde) para votar e enterrar as prévias. Pesos e medidas Desolado com o critério de pesos atribuídos aos estados nas prévias do partido, José Sarney (PMDB-AP) comentava com aliados, dia desses: "Vejam só: um Quércia vale 18 Sarneys".
Fim de caso O duradouro romance do PSDB com Antônio Palocci dá sinais de ruptura. Ontem, o líder tucano na Câmara, Jutahy Júnior, defendeu na tribuna a saída do ministro. O líder no Senado, Arthur Virgílio, ficou de fazer o mesmo nos próximos dias. Contando até dez Por ora, a bancada do PT contém o ímpeto de esganar a oposição na CPI dos Bingos. É por acreditar que parte dela votará contra o indiciamento de Palocci no relatório final. Escondendo as cartas Diante da estratégia de nada responder adotada por Duda Mendonça ontem na CPI dos Correios, os técnicos do Departamento de Recuperação de Ativos orientaram os parlamentares a não fazerem perguntas durante a sessão secreta. Caso contrário, poderiam ajudar a defesa.
Os Sopranos Para um especialista em imagem, Duda Mendonça não cuidou muito da própria em sua segunda passagem pela CPI dos Correios. Chegou todo de preto e de óculos escuros. Para completar, carregava uma mala. Contra a parede Depois que votou contra a cassação de João Paulo Cunha (PT-SP) no Conselho de Ética, o neopefelista Edmar Moreira (SP) foi avisado que, caso peça a absolvição de José Mentor (PT-SP) hoje, terá contra si os outros dois votos do partido na comissão.
TIROTEIO
* Do relator-adjunto da CPI dos Correios Eduardo Paes (PSDB-RJ) sobre Duda Mendonça, que, apesar de ter um habeas-corpus ressalvando seu direito de não se incriminar, não respondeu questões como "qual o nome da sua mulher e de seus filhos":
A conclusão a que se chega depois desse espetáculo patético é que Duda está tão sujo que passou a achar que absolutamente tudo pode incriminá-lo.