Na quarta-feira passada, o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) se envolveu em uma briga com o motorista do senador Delcídio Amaral (PT-MS) na entrada principal do Congresso. No vídeo do “embate”, o parlamentar dá um tapa no rosto do motorista, que revida com um tabefe com a parte de trás da mão. Em entrevista à Gazeta do Povo, Takayama diz que, antes do tapa, o motorista deu um soco na boca de seu estômago – isso não aparece nas filmagens. Ele diz ainda que o motorista o agrediu verbalmente.
No primeiro momento, o senhor sai do carro...
Motorista alega que Takayama agrediu primeiro
A assessoria do senador Delcídio Amaral (PT-MS) se pronunciou sobre a briga do motorista do parlamentar com o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR). Na versão deles, Takayama teria estacionado em um lugar proibido e descido do carro de maneira irresponsável. Quando viu o deputado na pista, o motorista freou o carro e fez um alerta sobre o perigo. Takayama teria respondido com socos na lataria do carro e, depois, disse palavras de baixo calão para o motorista.
Instantes depois, o motorista estacionou o carro para esperar o senador em frente à entrada do prédio. Takayama teria reconhecido o carro pela placa e voltado a ofender o motorista. Nisso, ele saiu do carro e foi interpelar o deputado. Takayama, então, deu um tapa no seu rosto, e ele revidou também com um tapa com a parte de trás da mão.
A assessoria do senador ressalta, ainda, que oito pessoas testemunharam e todas elas confirmaram que Takayama teria insultado o motorista e agredido primeiro. A reportagem não teve acesso aos depoimentos. (CM)
O motorista me deixou ali para eu não ter que dar uma volta. Nesse caminho, ele sai da área dele do Senado e joga o carro para cima de mim. Ali é uma área de pedestre, dentro de um prédio. Pensei que tinha alguém brincando comigo, e falei “Ô senador”. E ele disse “Que senador que nada”, me agredindo. Aí percebi que tinha alguma coisa errada ali. Eu falei “Cara, você tá louco?” E ele jogou o carro duas vezes para cima de mim. Não contente, ele deu a volta e parou o carro. Quando eu vi, o carro dele estava ali, e pensei “esse cara tá a fim de me agredir”. Quando eu vi ele saindo na minha direção, a reação foi natural. Foi a reação de um ser humano macho.
Eles afirmam que o motorista alertou o senhor do perigo de se descer ali e o senhor teria respondido com ofensas de baixo calão.
Ele que falou. Respondi “Pô, você tá louco? Passa por cima de mim”. Foi uma agressão gratuita. Até hoje não consigo entender. Entre nós, cristãos, diria que só pode ser possessão demoníaca. Não tem explicação. Ele viu o meu tamanho e pensou: “Desmonto ele”. Só pode ter sido isso. A maior prova disso é que ele deu a volta [no estacionamento] para me agredir.
Segundo a versão do motorista, ele teria voltado para esperar o senador. E o senhor, ao ver o carro, novamente o teria ofendido.
Nada disso. Ele veio para me agredir. Eu não acreditei que ele ia parar. Quando eu vi o carro, eu disse: “Você tá louco, cara?” Se isso é palavrão, então falei palavrão. É uma atitude insana da parte dele.
No vídeo, ele desce do carro e interpela o senhor, encostando a barriga. O senhor dá um tapa e ele responde com um tabefe com a parte de trás da mão. O que aconteceu?
Ele deu um soco na boca do meu estômago [antes do tapa]. Fiz o exame e o médico acha inclusive que ele está inflamado [o deputado passou recentemente por uma cirurgia no local]. A maior prova é que, ao cair, não caí de frente para isso doer de novo. Caí de costas. Só posso entender que a dor que estou sentido foi do soco. Não foi muito forte, mas para um cara do tamanho dele... Estou safenado [passou por um implante de ponte de safena]. Ainda estou sob observação médica. A dor é grande.
O senhor pretende prestar queixa contra ele?
Estou tão pasmo que não quero nem mesmo aparecer no Congresso. Estou traumatizado. É um troço louco, não tem razão de ser. A não ser, talvez, por ele ser do PT. Ele sabe que eu faço oposição. Poucos dias antes tínhamos aprovado o Estatuto da Família, que o PT não queria. Mas não quero levar para esse campo. Sou cristão, não tenho interesse em prejudicar ninguém. O cara deve ser pai de família, devia estar mal-amado naquele dia.
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