Dos três candidatos à prefeitura de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, apenas um não tem a candidatura questionada na Justiça. O único que não está ameaçado é Luiz Piva (PSol), que representa um partido pequeno e parece ser pouco conhecido pela população local. O candidato à reeleição Vilson Goinski (PMDB) teve o registro cassado por uso indevido de meios de comunicação, enquanto o adversário Cézar Manfron (PSB) está inelegível por ter três contas anuais reprovadas quando era prefeito (eleito em 2000). Um entrou na Justiça contra o outro.
Nos dois casos, cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral o que os advogados dos candidatos dizem ter feito. Enquanto o recurso não é julgado, os candidatos podem continuar a campanha (leia mais sobre as regras nesta página). A previsão é que até 25 de setembro os recursos sejam julgados na última instância, no Tribunal Superior Eleitoral.
Os candidatos acreditam que conseguem reverter a decisão. Se a decisão não for alterada e a candidatura deles for reprovada, o partido ainda pode substituir o candidato. Dessa forma, a secretária judiciária do TRE, Mariana Pilastri de Goes, diz acreditar que dificilmente haverá candidato único no município. "Dificilmente o partido vai deixar de substituir dois candidatos. Acho que só na situação extrema (haverá candidato único)".
Sozinho?
O candidato Piva, que não tem a candidatura questionada, diz que vai manter o esquema da campanha, mesmo "com as pessoas espalhando essa história do candidato único". A tática dele é fazer "comício doméstico", ou seja, indo de casa em casa e reunindo vizinhos para a apresentação das propostas. "Não tem nenhuma bandeira, nenhum cartaz, não tem nada. O material da campanha é santinho que foi feito entre todos os candidatos a vereador", afirma o candidato, que declarou à Justiça eleitoral possuir apenas um terreno com casa de madeira no valor de R$ 90 mil.
Piva foi eleito vereador em 2000 e tentou a reeleição sem sucesso, em 2004. Porém, orgulha-se de ter obtido 718 votos. Almirante Tamandaré tem 55 mil eleitores e possui 11 vagas na Câmara Municipal.
Campanha contínua
Como os opositores dizem acreditar que vão reverter a decisão, a campanha continua. O coordenador da campanha de Goinski, Sandro Miguel Mendes, diz que o prefeito continua indo a reuniões e sua equipe está nas ruas trabalhando. Mendes afirma que é fácil reverter os três processos contra o prefeito. "O opositor entrou com representação através de partido político e não pode", argumenta. Outra justificativa dele é que a causa da ação não impugna a candidatura.
As representações questionam matérias vinculadas no órgão oficial e no site da prefeitura sobre inaugurações feitas antes da convenção. "Foi matéria jornalística, não foi matéria paga pela prefeitura", completa Mendes.
O advogado de Manfron, Valdemar Reinert, diz que já recorreu da decisão. A candidatura de Manfron foi impugnada porque, enquanto era prefeito, teve as contas reprovadas pela Câmara Municipal. Reinert argumenta que as contas, que foram julgadas neste ano, acabaram sendo rejeitadas por oposicionistas e que tratam-se de irregularidades sanáveis.
As contas foram rejeitadas pela aparição do prefeito em um jornal oficial e por fracionamento de licitação, ou seja, foram feitas três licitações para a construção de três escolas enquanto o Tribunal de Contas (TC) entende que apenas uma licitação deveria ter sido feita, de acordo com o advogado. Reinert argumenta que já foram ganhas duas liminares com relação às contas dos anos 2001 e 2002, em que o TC teria afastado as irregularidades.
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