Subiu para 12, nesta quinta-feira, o número de policiais militares mortos em uma semana no Estado do Rio. O terceiro-sargento Aílton Lima de Fonseca, lotado no 14º BPM (Bangu), foi baleado à noite durante uma operação na Favela da Metral, em Vila Kennedy, em Realengo. Aílton levou um tiro de fuzil na cabeça, foi socorrido e levado para o Hospital Albert Schweitzer. Em estado gravíssimo, o policial foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde morreu. De manhã, um sargento da PM foi executado ao ser reconhecido como policial por ladrões que roubaram o carro dele na Penha. E um soldado morreu com mais de dez tiros em confronto com bandidos em Vigário Geral, também na Zona Norte da capital. As polícias Civil e Militar fazem operações para caçar assassinos de policiais na favela de Vigário Geral e no Jacarezinho. No início da semana o Clube dos Soldados e Cabos da PM iniciou uma campanha com recompensa de R$ 2 mil para quem denunciar matadores de PMs. Desde o início de 2007, 31 policiais foram assassinados. Nesta quinta-feira, foi instalada na Alerj uma CPI para apurar essas mortes.

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O soldado Élson de Souza Rente, de 30 anos, e o cabo Leandro Ipanema foram baleados na Rua General Correia e Castro, no Jardim América, próximo a Vigário Geral. Elson levou mais de dez tiros. Os dois teriam sido acionados, por volta das 9h, devido a uma tentativa de assalto a uma empresa de transportes. Eles surpreenderam os bandidos, que reagiram atirando. Mesmo ferido, o cabo Leandro tentou socorrer o companheiro, mas a patrulha enguiçou na Avenida Brasil, na altura da Cidade Alta. O soldado Elson foi levado por um carro particular para o Hospital Geral de Bonsucesso, mas já chegou morto. O cabo Leandro foi atingido na mão e operado no hospital, e não corre risco de morrer. Um bandido também teria sido ferido no confronto e está sendo procurado em hospitais da região.

Na noite de quarta-feira, o sargento Jorge Luís Vieira, lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), teve o carro roubado na Penha por dois homens que estavam numa moto. Embora estivesse à paisana, o sargento foi reconhecido como policial, retirado do carro e executado pelos assaltantes. Os bandidos levaram a arma, a farda e o carro do PM.

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Sargento executado por assaltantes ia se aposentar no fim do ano

Sem a presença de qualquer representante da cúpula da Segurança Pública do Rio, o sargento da Polícia Militar Jorge Ulisses Vieitas Fernandes Vieira, de 42 anos, morto na noite de quarta-feira durante um assalto na Rua Irapuá, na Penha, foi sepultado ontem à tarde no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O sargento, que havia escondido a carteira da polícia e a farda na mala do seu carro, foi executado por um detalhe: os ladrões que pretendiam levar apenas o veiculo — um Fiat — descobriram que ele era policial ao encontrarem a munição de sua pistola, que o PM esqueceu presa ao cinto de sua calça. Cerca de 200 pessoas foram ao sepultamento.

Os detalhes do assalto sofrido pelo sargento são parte de uma investigação que o serviço reservado (P-2) do 5 BPM (Praça da Harmonia) está fazendo paralelamente ao inquérito instaurado na 22 DP (Penha). Segundo a PM, três homens armados com pistolas e que ocupavam um carro preto fecharam o veículo do sargento na Rua Irapuá. O policial não teve tempo de reagir. Rendido, foi arrastado para fora do veículo e, a cerca de dez metros de distância, foi executado.

O sargento Jorge Ulisses Vieitas Fernandes Vieira era considerado pelos superiores do 5 BPM um policial exemplar. Não chegava atrasado e tinha ficha limpa na corporação. Na parede de seu apartamento, num prédio simples de um bairro do subúrbio do Rio — a família, com medo, pediu para não ser revelado o endereço — sua mãe colecionava as condecorações por bravura que ele recebera. O sargento deixou dois filhos.

Há 29 anos na Polícia Militar, o sargento pretendia pedir sua reforma no fim do ano. Há cinco anos, pensando na aposentadoria, ele vinha construindo uma modesta casa na Praia de Mauá, no município de Magé. Para os parentes e os amigos, o sargento Jorge Ulisses Vieira costumava dizer: "Vou deixar a polícia para criar galinhas e viver de papo pro ar".

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No dia do assalto, o sargento seguia para o quartel. No 5 BPM, era o responsável pelo patrulhamento motorizado do setor Alfa (um código da PM para determinar a região que o policial deveria vigiar). Por volta das 19h, foi rendido, mas, fora o carro e um cordão de ouro, os ladrões levaram apenas cerca de R$ 50 em dinheiro.