A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira, em São Paulo, um advogado acusado de envolvimento com a quadrilha que cavava túneis para roubar bancos. Já são 42 pessoas presas pela PF na 'Operação Toupeira', que começou na última sexta-feira. A PF acredita que a quadrilha, ligada a a facção criminosa que aterroriza São Paulo e é suspeita do assalto ao Banco Central de Fortaleza , está ramificada em todo o país.
Na sexta-feira, foram presos em flagrante 26 homens que cavavam um túnel no centro de Porto Alegre para assaltar os cofres do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Caixa Econômica Federal. A operação já cumpriu mandados de prisão em nove estados, e mais de 100 de busca e apreensão. A PF ainda está cumprindo 14 mandados de prisão.
Neste fim de semana, a Polícia Federal fez novas apreensões de dinheiro - foram R$ 646.600 em duas operações realizadas em Peruíbe, litoral de São Paulo, e na fazenda Boa Sorte, no município de Pium (TO), a 150 quilômetros de Palmas - e descobriu mais um túnel, de 87 metros de extensão, que seria usado para assaltos a três agências de bancos privados e a uma seguradora de Valores em Maceió.
A PF acredita que o dinheiro encontrado em São Paulo e em Tocantins seja parte dos R$ 164,8 milhões levados no assalto ao Banco Central de Fortaleza. O delegado de Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto, disse que o objetivo da quadrilha era roubar dos bancos gaúchos um valor bem superior ao levado do Banco Central.
Gasparetto contou que a Polícia Federal chegou a essa conclusão após ouvir os depoimentos dos presos. A maior parte deles, 26, está presa no presídio de segurança máxima de Charqueadas, a 60 quilômetros de Porto Alegre. Segundo o delegado, a PF, ao se antecipar à ação da quadrilha, evitou um dos maiores assaltos já realizados:
- Seria o maior assalto ocorrido no país - disse o delegado.
Só em São Paulo, 60 policiais federais participaram de ações de buscas em residências durante o fim de semana à procura de criminosos ligados à facção criminosa que organizou ataques a alvos civis e militares no estado. No sábado, em Peruíbe, no litoral Sul, a polícia encontrou R$ 450 mil em uma casa de praia que estaria sendo usada por parentes de Lucivaldo e Geovan Laurindo, presos sexta-feira em Porto Alegre.
A operação começou a ser planejada em agosto de 2005, depois do assalto ao Banco Central de Fortaleza, quando foi encontrado um cartão de telefone pré-pago na sede do banco no Ceará. A partir deste cartão, a PF monitorou a rede de telefonia do grupo que agiu no assalto ao BC e descobriu que eles ordenavam o assalto aos bancos Banrisul e à Caixa Econômica Federal em Porto Alegre.
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