Na reunião da Sub-relatoria de Fontes Financeiras da CPI dos Correios, nesta terça-feira, o advogado Rogério Tolentino confirmou ter comprado um apartamento no valor de R$ 115 mil de Ângela Saragosa, ex-mulher do deputado José Dirceu (PT-SP). Tolentino, que é sócio do empresário Marcos Valério, disse que soube que Ângela queria vender o apartamento e decidiu comprar "para investir".

CARREGANDO :)

O advogado disse também que o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, recebeu R$ 120 mil como pagamento por serviço prestado para Marcos Valério. O pagamento teria sido feito pela empresa 2S Participações.

Rogério Tolentino explicou que o contato para os trabalhos foram feitos por ele e disse acreditar que, talvez por isso, Mentor tenha "se confundido" ao dizer que o pagamento teria sido feito por sua empresa. Em depoimento na Polícia Federal, Mentor alegou que os recursos seriam referentes ao pagamento por um estudo jurídico que elaborou para Tolentino.

Publicidade

O advogado explicou que o primeiro cheque pago a Mentor foi assinado por ele próprio, mas que o dinheiro foi ressarcido pela 2S. Como a primeira nota fiscal emitida foi da empresa de Tolentino, o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) afirmou que se configura "crime fiscal".

Tolentino disse ter ido três vezes a Portugal acompanhado de Valério. Segundo o advogado, as viagens tinham objetivos comerciais e por isso houve vários encontros com a Portugal Telecom. A presença de Tolentino se justificaria para o caso de haver necessidade de explicar questões jurídicas que envolvem as empresas de Marcos Valério no Brasil. O ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que Valério nessas viagens se apresentava como "representante do PT".

Tolentino, que defende empresas de Marcos Valério há 18 anos, afirmou ter feito um empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BMG a pedido de Marcos Valério. Na época, disse Tolentino, o advogado não sabia que o dinheiro na verdade destinava-se ao PT.