Solidão na planície

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A oposição pediu ontem pela primeira vez em plenário a cassação de José Dirceu (PT-SP). "Ele é o responsável por tudo o que está acontecendo", justificou Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Nenhum líder do PT apareceu para defender o ex-ministro.

Festa no apê – Frase de um deputado da esquerda petista ao ser escalado para defender Dirceu: "Não fui convidado para festa. Agora tenho de justificar o som alto?"

Sentindo o perigo – José Dirceu se dedica a acompanhar a recém-iniciada CPI dos Bingos. Reuniu os senadores petistas Fátima Cleide (RO) e Flávio Arns (PR) e os orientou a não arredarem o pé do plenário.

Defesa prévia 1 – Em reunião de líderes, o líder do PP, José Janene (PR), um dos acusados por Roberto Jefferson (PTB-RJ) de operar o "mensalão", fez um discurso contundente contra a CPI mista criada para apurar a denúncia.

Defesa prévia 2 – Janene disse ter recebido três pareceres de grandes escritórios de advocacia dizendo que os atos da CPI – ainda não instalada – poderão ser anulados, pois senadores não teriam prerrogativa para investigar deputados.

Jogando aos leões – Foi o chefe do Gabinete da Segurança Institucional, general Jorge Félix, quem confirmou ao relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que a nota chamando os parlamentares de "bestas-feras" é mesmo de autoria de Mauro Marcelo, a quem tenta apear da Abin.

Conhecendo o eleitor – Sobre a acusação do PFL de que João Paulo Cunha (PT-SP) encomendou pela Câmara pesquisas no valor de R$ 757,2 mil via SMPB, o Vox Populi afirma que foram sete levantamentos nacionais quantitativos e um qualitativo a preços "habituais".

Fora de época – O presidente da Fiesp, a federação das indústrias paulistas, Paulo Skaf, telefonou ontem para vários senadores protestando contra a "pirotecnia" de recentes ações da Polícia Federal em empresas no estado, como as realizadas na butique Daslu e na cervejaria Schincariol.

Sem confete – Skaf defendeu que se apurem eventuais irregularidades, mas argumentou que não haveria necessidade de operações ruidosas, que, na sua opinião, podem afugentar investidores em potencial do estado.

Revisionismo – Vereadores de São José do Rio Preto (SP) podem "cassar" homenagens ao deputado João Batista Ramos, preso com malas de dinheiro e expulso do PFL. O auditório da Câmara leva o nome do parlamentar, que ganhou até medalha da Casa.

Fila dupla – Os ruralistas que há algumas semanas pararam Brasília ameaçam levar seus tratores para as principais rodovias do país. E mais: arregimentam os caminhoneiros, que, em 1999, fizeram um protesto semelhante.

Ainda na mão – Os agricultores reclamam da demora do governo em cumprir acordo feito com a categoria e que encerrou o "tratoraço". Avisado da ameaça, o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), ficou de pedir pressa à Fazenda.

Tiroteio

* Do professor de ética e filosofia da Unicamp Roberto Romano sobre Lula ter dito que as reportagens sobre negócios de um de seus filhos são "baixaria":

– Presidente não tem vida privada. Além do mais, enquanto ele reclama privacidade, a PF invade escritórios e prende pessoas sem que elas ao menos tivessem tido a possibilidade de pedir um habeas corpus igual ao do Marcos Valério.