Na contramão do PDT, que vai apoiar a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, o recém-criado Solidariedade está prestes a fechar acordo com o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Dispostos a ajudar Aécio na campanha, dirigentes da Força Sindical - central ligada ao Solidariedade - vão almoçar nesta terça-feira, 26, com o senador, em Brasília, e apresentar uma carta com o que gostariam de ver no seu plano de governo.

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Na eleição de 2010, a Força apoiou Dilma, a pedido do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Mas agora a tendência é a gente ficar com Aécio. Dilma não cumpriu nada do que nos prometeu", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), dirigente da Força e presidente do Solidariedade, que é uma dissidência do PDT.

Entre as propostas que serão enviadas nesta terça-feira a Aécio estão velhas bandeiras do sindicalismo e até mesmo do PT, como a criação de um imposto sobre grandes fortunas, a definição de metas de crescimento e emprego, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a reforma agrária.

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A carta pede o "diálogo social" como política de Estado e critica a falta de "protagonismo" do Ministério do Trabalho, controlado pelo PDT, hoje rival do Solidariedade. "Outra questão fundamental ao diálogo social é a recuperação do protagonismo do Ministério do Trabalho e Emprego, que vem sendo sucateado há tempos", diz um dos trechos do documento que os sindicalistas levarão a Aécio.

Simulacro de ditador

Para Paulinho da Força, como o deputado é conhecido, o ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi, é um "simulacro de ditador". Em entrevista ao Estado, publicada no sábado, Lupi criticou duramente a gestão de Paulinho à frente do PDT paulista. "Ele controla o partido pelo medo e por canetadas, já que grande parte dos diretórios é provisória. Quem tem dúvidas sobre Lupi deve perguntar a Dilma, que o faxinou", devolveu o deputado, numa alusão à conhecida "faxina ética" promovida pela presidente, em 2011, quando Lupi foi abatido do Ministério do Trabalho.

O grupo de Lupi, porém, retornou ao poder em março, quando Manoel Dias assumiu a pasta. O acordo pós-faxina foi considerado necessário pelo Planalto para o PDT apoiar Dilma à reeleição. O Solidariedade, por sua vez, ficará na oposição.

Será, na prática, a guerra das centrais: de um lado, a CUT no palanque de Dilma e, de outro, a Força com Aécio. Mesmo com esse cenário se delineando, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência, ainda tenta atrair a Força e outras centrais para a sua campanha.

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