Em ato político nesta terça-feira (13) marcado por críticas ao governo Dilma Rousseff (PT), o partido Solidariedade declarou apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Apesar de o calendário eleitoral definir o mês de junho como período de oficialização das alianças, o ato informal de hoje, realizado em um hotel em Brasília, dará mais capilaridade ao candidato tucano junto à Força Sindical, central de entidades sindicais que tem como presidente licenciado o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força.
Presente no evento, Paulinho, que hoje ocupa a presidência do Solidariedade, manteve o tom opositor a Dilma e afirmou que Aécio já assumiu "compromissos com os trabalhadores, como a correção da tabela do Imposto de Renda, a política do salário mínimo e a valorização do salário dos aposentados".
Paulinho já havia adotado uma postura refratária a Dilma nas comemorações do Dia do Trabalho. Na ocasião, ele culpou a presidente pela desvalorização da Petrobras, afirmou que o governo era corrupto e insinuou que a petista poderia ser presa pelas acusações de má gestão na estatal.
Pesquisa Datafolha divulgada na última semana apontou que Aécio ganhou quatro pontos e apresentou a maior variação entre todos os candidatos a presidente, subindo de 16% para 20% entre abril e maio. No mesmo período, a presidente Dilma Rousseff oscilou de 38% para 37%. Já o pessebista Eduardo Campos subiu de 10% para 11%.
Em entrevista no ato de apoio do Solidariedade, Aécio afirmou "que começa uma caminhada junto com o Solidariedade, de forma adequada, discutindo o Brasil" e, segundo ele, "apontando os equívocos do atual governo que nos [deixará] herança maldita de inflação alta, crescimento baixo e perda crescente de credibilidade que afeta os investimentos e [...] e empregos no Brasil".
Para Aécio, o governo Dilma falhou na construção da infraestrutura "que hoje é capenga e um impeditivo de uma maior competitividade em vários setores da economia". O candidato tucano apontou retrocesso na saúde, educação e na segurança pública e afirmou que, caso eleito, o país voltará a ter o compromisso com "ética, seriedade e decência no manuseio do dinheiro publico".
"A Petrobras é o mais eloquente exemplo do mal que um aparelhamento da máquina pública e um governo que se submete aos interesses de um grupo político pode fazer", afirmou Aécio. "A nossa aliança, ao lado de outros partidos que se somarão a nós, vai impedir mais quatro anos de um governo que tem feito tão mal ao Brasil."
Com a entrada do Solidariedade, criado no ano passado já na órbita de Aécio, o político mineiro poderá ganhar cerca de mais um minuto de tempo de TV durante a campanha eleitoral. Com o auditório lotado de correligionários do Solidariedade e do PSDB, que levantavam faixas de "Fora Dilma" e "Dilma Nunca Mais", os discursos ganharam também um tom trabalhista.
Aécio definiu o apoio "como o mais importante ato político da eleição até o momento" antes de dizer que "o aumento real do salário mínimo é uma conquistas dos trabalhadores que será mantida" em seu governo, caso eleito. Para o candidato tucano, "o Solidariedade já nasce Protagonista da cena política brasileira". Segundo Aécio, trata-se "do único partido que não nasceu nas benesses do governo mas na oposição".
Paulinho aproveitou o evento para sugerir ao tucano o nome de Miguel Torres, atual presidente da Força Sindical, para a posição de vice em sua campanha. Aécio respondeu afirmando que trata-se de "um nome qualificado", mas que a decisão será tomada em junho.
Torres também discursou no evento. "Acreditamos há quatro anos que teríamos um governo que ouviria os trabalhadores, mas não foi isso o que aconteceu", disse, após criticar a atuação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no governo Dilma. Segundo Torres, o banco está "a serviço dos amigos da corte".
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