O Conselho de Ética do partido Solidariedade decidiu nesta sexta-feira (10) suspender a filiação de Luiz Argôlo (SD-BA) depois que o ex-deputado foi preso na 11ª etapa da Operação Lava jato.
Com a decisão, ex-deputado perderá temporariamente os direitos políticos dentro do partido. Na prática, Argôlo não poderá representar nem se candidatar pelo Solidariedade enquanto a sanção estiver em vigor.
Segundo o presidente nacional do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), o ex-deputado terá os direitos suspensos “até que esclareça todos os fatos” acerca das denúncias que o levaram à prisão. “Tivemos uma paciência muito grande com ele, demos chances para ele se explicar, mas não houve evolução”, afirmou Paulinho. Segundo o dirigente, o ex-deputado só não foi expulso porque ainda não se defendeu nas instâncias internas do partido.
Argôlo vinha sendo investigado pelo Conselho de Ética do partido desde maio do ano passado, quando surgiram as primeiras denúncias sobre suas relações com o doleiro Alberto Youssef.
A punição a Luiz Argôlo sela o processo de distanciamento do partido, em curso desde as eleições do ano passado. Aliado do PT na Bahia, Argôlo travou uma briga interna para apoiar a candidatura do hoje governador Rui Costa (PT).
O partido, contudo, terminou apoiando a chapa do candidato Paulo Souto (DEM) --que saiu derrotado nas urnas-- após o deputado federal Arthur Maia (BA) tomar o controle da legenda. Escanteado no partido, Argôlo teve 63 mil votos e terminou a eleição como primeiro suplente da chapa oposicionista.
Com forte base eleitoral na região de Entre Rios, norte da Bahia, manteve-se influente na política baiana, mas perdeu força na partilha de cargos do novo governo baiano.
No governo Jaques Wagner (PT), emplacou José Vivaldo Mendonça --coordenador de suas campanhas no sul da Bahia-- para comandar a CAR (estatal responsável por ações de infraestrutura na zona rural). Em 2014, a empresa teve orçamento de R$ 135 milhões.
Na gestão Rui Costa, o mesmo aliado perdeu o posto, mas foi nomeado secretário-executivo da secretaria da Agricultura. O ex-deputado também mantém no governo Rui Costa a indicação de sua irmã, Milena Argôlo, que atua em cargo comissionado numa função de coordenadora no órgão de Defesa Agropecuária do Estado.