O deputado Fernando Francischini diz que ninguém quer ver a presidente Dilma na TV, mas sim na cadeia| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Deputados do Solidariedade, que estiveram nesta sexta-feira (15), com o vice-presidente Michel Temer no Palácio Jaburu, entraram com uma ação civil pública na Justiça Federal para impedir que a presidente Dilma Rousseff faça pronunciamento em rede nacional de TV, previsto para esta noite.

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A ação civil pública, movida pelo Solidariedade, argumenta que não há previsão constitucional para que a cadeia nacional de rádio e TV seja acionada pela presidente para tratar de fins pessoais.

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“O presidente da República poderá convocar as emissoras prestadoras dos serviços de radiodifusão sonora (rádio) e de sons e imagens (TV) tendo por escopo a preservação da ordem pública e da segurança nacional ou no interesse da administração, jamais, pois, para interesse pessoal”, diz o posicionamento do partido.

“Ela só vai incentivar que o povo fique ainda mais irritado. Quer fazer propaganda de um governo que acabou”, criticou o presidente do partido, Paulinho da Força (SP). Ele argumenta ainda que a presidente vai usar dinheiro público para fazer propaganda visando sua defesa pessoal às vésperas da votação do impeachment.

O líder da bancada, Genecias Noronha (CE), disse que o partido quer evitar tumulto nas ruas. “Ela só vai indignar mais ainda a sociedade, vai acontecer um grande panelaço e será mais um tiro no pé”, afirmou. Paulinho e Noronha negaram que tenham discutido com Temer a iniciativa de recorrer à Justiça para impedir que Dilma vá à TV. “É uma decisão nossa”, afirmou o líder.

Segundo o deputado, uma possível participação do Solidariedade no governo só será discutida depois de encerrado o processo de impeachment e de Temer assumir o cargo de Dilma. “Fomos o primeiro partido a apoiar o impeachment, em fevereiro do ano passado. Estamos juntos (a Temer) agora e no futuro. Não fomos tocar em cargos, depois se discute a participação de cada partido”, afirmou o presidente do Solidariedade.

Ao final da entrevista, o deputado Fernando Francischini (PR) ironizou a decisão de Dilma de falar em rede de TV. “A gente não quer a presidente em cadeia nacional de TV, a gente quer o PT em cadeia federal”, afirmou.

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