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O empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, teve dificuldades para explicar nesta quinta-feira na CPI dos Correios depósitos num total de R$ 44 mil feitos em sua conta pelo empresário Luiz Alberto Gabrilli, do setor de transporte urbano em Santo André. O dinheiro entrou na conta de Sombra em 1997, durante a segunda gestão de Celso Daniel (PT) como prefeito da cidade. Gabrilli afirma que esse dinheiro era propina por benefícios recebidos por sua empresa, a Guarará.

Na CPI, primeiro, Sérgio disse que esses depósitos eram referentes a serviços de segurança feitos às empresas do empresário Ronan Pinto, seu ex-sócio. Depois, Sérgio Gomes afirmou que ficou surpreso em saber dos depósitos de Gabrilli e negou ter relações com ele.

Durante a sessão, a filha de Gabrilli, Rosângela Gabrilli, que comanda hoje a empresa da família, ligou para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e negou que o pai tivesse negócio com Ronan. Ela confirmou que se trata de um esquema conhecido como "caixinha dos transportes" de Santo André.

- Soube agora desse depósito do Gabrilli na minha conta. Presto serviço para várias empresas e emito nota fiscal de tudo. Deve ser o caixa dois do Gabrilli - disse Sérgio Gomes.

Diante da dúvida, o senador Magno Malta (PL-ES) propôs uma acareação entre Sérgio, Ronan e Rosângela.

- O senhor mente tanto que deveria sair preso daqui - disse Magno Malta.

Sérgio trabalhou com Celso Daniel desde a primeira eleição do petista para a prefeitura da cidade, em 1988. Ele estava com o prefeito no dia de seu assassinato e dirigia a Pajero, de sua propriedade. Sérgio rebateu as acusações de que não teria reagido aos sequestradores, apesar de estar armado.

- A minha arma estava numa pasta no banco de trás do carro. Não tinha como reagir. Fiquei apavorado e saí pedindo ajuda para as pessoas ligarem para o 190 (telefone da Polícia Militar) - disse.

Antes de depor, Sérgio ainda tentou evitar sua presença na CPI dos Correios. Seus advogados tentaram obter um hábeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro Marco Aurélio Mello negou.

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