As eleições municipais em Sorocaba, um dos principais colégios eleitorais do interior paulista com 415 mil votantes, podem ter disputa em família para a prefeitura. O pré-candidato a prefeito pelo PMDB, Renato Amary, terá de derrotar a ex-mulher, a deputada estadual Maria Lúcia Amary, do PSDB, se quiser voltar ao Palácio dos Tropeiros. Ex-deputado federal, Renato administrou a cidade de 1997 a 2004 e Maria Lúcia era primeira-dama. Ela também presidiu o Fundo Social de Solidariedade até ser eleita deputada em 2002 com a ajuda do então marido. O casal está separado há pouco mais de um ano.
Maria Lúcia vinha resistindo a aceitar a pré-candidatura, mas hoje ganhou um empurrãozinho do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Durante a entrega de escrituras do programa de regularização fundiária para 945 famílias do Jardim Ipiranga, o governador distribuiu afagos à deputada mesmo na presença de outros dois pré-candidatos tucanos, o ex-deputado federal Antonio Carlos Pannunzio e o atual presidente da Câmara de Sorocaba, José Francisco Martinez.
Pannunzio chegou a ser o mais cotado, mas opôs resistência - ele preside o Memorial da América Latina, órgão do governo estadual. A deputada, que preside a Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa, disse que, embora não descarte uma possível candidatura, o partido só tomará a decisão em janeiro.
Sobre a possibilidade de enfrentar o ex-marido, apontado como um dos concorrentes mais fortes, disse que o PSDB vive um bom momento. "Somos governos bem avaliados tanto aqui como no Estado". Em Sorocaba, ela seria lançada com o apoio do prefeito tucano Vítor Lippi, sucessor e "cria" política de Renato Amary - os dois se desentenderam e hoje são adversários. Outros três partidos também definiram candidaturas. O PT concorre com a ex-deputada federal Iara Bernardi. O vereador Hélio Godoy deve sair pelo PSD de Gilberto Kassab e o ex-deputado estadual Raul Marcelo pelo Psol.
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