Gazeta do Povo Qual será estratégia da frente para a campanha?
Alberto Fraga Não temos que fazer absolutamente nada. Não temos que fazer showmícios, queremos apenas passar informação. O que já descobrimos é que a sociedade infelizmente foi enganada esse tempo todo, pois não sabe o que vai votar no dia 23 de outubro. Nosso papel é mostrar à sociedade o que está por trás de tudo isso. Não se está votando o desarmamento, isso é matéria vencida desde 2003. Estamos votando a proibição ou não da venda de armas. Se a sociedade disser sim ao referendo vai estar tirando o direito da pessoa de se defender. Somente se estivéssemos num país onde a segurança existisse isso não seria um problema.
O fato de a pessoa ter uma arma em casa não seria um estímulo à violência?
Isso é conversa. Eu não sei de onde é que tiraram esse dado de que uma pessoa que tem arma em casa tem 180% de chance de morrer. Eu tenho conversado com sociólgos e psicólogos, mas ninguém me diz qual é o grau de mensuração disso. Se alguém reage com uma arma sob a sua cabeça, vai morrer e fará parte das estatísticas. Mas aquela pessoa que consegue se antecipar à ação do marginal, não vai registrar a ocorrência e assim, ficará de fora das estatísticas. A arma, quando utilizada pelos cidadãos de bem, é um instrumento de defesa. Sou contra tirar o direito da legítima defesa, se o Estado não lhe dá a segurança, tem que preservar o direito se a pessoa quiser adquirir uma arma.
Há alguma estatística que relacione o número de armas e a violência?
No Brasil, somente em 3,5% das casas brasileiras há armas, mas existem 27 homicídios para cada 100 mil habitantes. Comparativamente, na Suíça há apenas um homicídio para cada 100 mil habitantes, mas 35% da população possuem arma; nos Estados Unidos, em 52% dos lares há armas, mas existe apenas 6% de homicídios para cada 100 mil habitantes. Além disso, os dados mostram que, no ano passado, 40 mil pessoas morreram no país por armas de fogo e, dessas, somente 1.300 não eram casos de bandido matando bandido, polícia matando bandido ou polícia matando cidadão. Mostram também que o número de crianças mortas por arma de fogo não chega a 0,01%. Morre-se muito mais crianças quando ingere água sanitária e outros produtos químicos domésticos.
Na sua opinião, qual seria o efeito de a população optar pelo "sim"?
O artigo quarto do estatuto não proíbe o cidadão de comprar uma arma, é a lei que está em vigor hoje. O referendo quer proibir o comércio de armas. Ora, proíbe onde comprar, mas não proíbe você de comprar? Não é esquisito? É uma grande incoerência. Qual vai ser a opção do cidadão? Ele vai ter que procurar o mercado negro. E se o cidadão já tiver uma arma, onde vai conseguir comprar munição? Isso é golpe, é uma maneira equivocada de o governo querer se manifestar em um assunto que não conhece e acaba falando esse monte de bobagens. (MRS)
Alberto Fraga - Deputado federal (PFL-DF), presidente da Frente Parlamentar pelo Direito da Legitima Defesa.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião