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“Agora é campanha e infelizmente está começando da pior maneira possível. Com dossiê falso, com agressões pessoais.” | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
“Agora é campanha e infelizmente está começando da pior maneira possível. Com dossiê falso, com agressões pessoais.”| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), negou as irregularidades e um possível desequilíbrio entre a renda e os bens que estão em nome de sua família, conforme reportagem da revista Veja na edição desta semana. Em entrevista exclusiva concedida na redação do jornal Gazeta do Povo, na tarde de ontem, Ducci falou sobre os bens declarados e heranças recebidas por Marry Dal Prá Ducci, com quem é casado desde 1983. Ele também assumiu, publicamente, que vai concorrer à prefeitura e que considera que a campanha começou. "Agora sou mais candidato do que nunca", disse. Entre as dúvidas sobre a evolução patrimonial do prefeito, a revista cita a aquisição de dois imóveis na capital paranaense, avaliados em R$ 6 milhões, além de fazendas que somam R$ 30 milhões. De acordo com a matéria, o Ministério Público do Paraná estaria prestes a abrir um procedimento para avaliar o patrimônio de Ducci.

Como o senhor avalia as informações publicadas pela revista Veja?

Acredito que eles receberam um dossiê falso e nem foram checar de forma adequada as informações. A matéria começa dizendo que eu moro em uma cobertura, mas moro no quinto andar de um bom prédio. Além disso, falaram que de 2010 para cá eu teria incorporado patrimônio de R$ 30 milhões. Isso é absurdo, parece que eu roubei R$ 30 milhões da prefeitura. Tudo que a família tem é oriundo de uma história antiga. Sou casado com a Marry [Dal Prá Ducci] há quase 30 anos. A família dela tem tradição no Noroeste do Paraná, tanto na área da agricultura, como na pecuária. A matéria diz que há duas fazendas no nome da família, mas são cinco. Desses bens, alguns meu sogro adquiriu e, com o tempo, passou para o nome das filhas. Ele morreu em 2003, mas as fazendas estão no nome da Marry desde o final da década de 1990 e está tudo declarado no Imposto de Renda. A fazenda Roda Viva, que é citada, foi adquirida pelo meu sogro em janeiro de 1990. Numa composição familiar, ela passou para o nome da minha esposa. É uma fazenda boa, de referência no Mato Grosso. Em 2010, metade da fazenda foi arrendada para plantação de soja. Além disso, vendemos mais de mil cabeças de gado para comprar outra área, que está sendo paga. Mesmo com essas mudanças, não existe patrimônio de R$ 30 milhões.

E sobre a mudança de CNPJ da sua clínica, citada na reportagem?

Com a nossa dedicação pela vida pública, em 2005 nossa clínica ficou inativa e por isso fizemos uma mudança de CNPJ. Como a marca da fazenda Roda Viva é forte, pegamos o mesmo CNPJ e mudamos o nome fantasia. Foi para facilitar, mas não para encobrir nada.

O senhor, publicamente, ainda não assumiu ser candidato à reeleição. Qual é seu projeto político?

Agora eu sou supercandidato. Mais do que nunca. Sábado para mim, começou a campanha de verdade [com a publicação da matéria na Veja]. Até então eu estava preocupado com outras coisas da prefeitura. Mas ontem eu falei: ‘acabou, agora é campanha e infelizmente está começando da pior maneira possível. Com dossiê falso, com agressões pessoais’. Pensava que lá no meio da campanha, se estivesse na frente, usassem esse tipo de coisa para desconstruir minha imagem, por exemplo. Mas num momento pré-eleitoral? Essa história serve para gerar folhetos apócrifos, fazer cópia e distribui nos terminais de ônibus.

Como o senhor espera que seja a campanha eleitoral?

Quando tiver debate sobre a cidade, sobre o que está sendo feito, tenho segurança total de discutir projetos para Curitiba. Vou participar de todos os debates para os quais eu for convidado, desde que as regras tenham objetivo de mostrar conhecimento sobre a cidade. Nada de perguntas formuladas por assessores. Quero disputar a eleição com conhecimento da cidade, com propostas.

E como ficam as defi­­ni­­­­ções, sobre o nome do vice da chapa e descompatibilização?

Eu vou me empenhar na campanha. Não posso me descompatibilizar porque não tenho um vice. Vou continuar como prefeito. Minha campanha vai ser mais difícil, somente fora do horário de expediente. Acredito que as pessoas vão me conhecer melhor. Hoje elas até sabem quem é o prefeito, mas não conhecem bem quem eu sou. Agora é hora de mostrar isso e também um dos nossos desafios do plano de governo, que é acabar com a pobreza em Curitiba. Com relação ao vice, ainda não temos nada definido. A maior coligação vai ser a nossa e teremos perto de 10 minutos de televisão, que é um bom tempo para falar sobre os projetos.

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