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Sessão de ontem do STF: após 69 sessões, corte manteve 24 condenações | Gervásio Baptista/ SCO STF
Sessão de ontem do STF: após 69 sessões, corte manteve 24 condenações| Foto: Gervásio Baptista/ SCO STF

Advogado de petista estuda pedir revisão criminal

Agência Estado

O advogado Alberto Toron, defensor do ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP), disse ontem que estuda pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de revisão criminal das condenações que seu cliente sofreu pelos crimes de corrupção passiva e peculato. Para ele, o julgamento "não acabou". "Vamos estudar o momento adequado para fazer o ajuizamento da revisão criminal."

No início do mês passado, pouco depois de ser preso, Cunha renunciou ao mandato de deputado federal. Uma eventual reversão das condenações poderia, em tese, torná-lo apto a concorrer a um cargo eletivo. O advogado disse que pode recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra as duas condenações.

Repercussão

Julgamento foi um "rito de passagem", diz ministro

Das agências

Mais novo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou ontem que o julgamento do mensalão "foi um rito de passagem" e disse esperar que "produza transformações". "É um marco no processo penal brasileiro. Eu espero que seja por igual um marco no processo histórico, mas isso dependerá da sociedade e das instituições brasileiras se dispuserem a fazer as mudanças que são imperativas", afirmou. "Foi um rito de passagem e espero que como saldo do mensalão se produzam transformações."

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), disse estar "particularmente feliz" pela absolvição do ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por crime de lavagem de dinheiro. "Lavagem de dinheiro é quando você tem dinheiro de corrupção, do tráfico de droga e transforma em coisa legalizada. Isso que é lavagem. O Supremo Tribunal [Federal] está corretíssimo", disse o petista.

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou ontem a fase de recursos do processo do mensalão com a absolvição de dois réus pelo crime de lavagem de dinheiro: o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu. Na sessão, o STF também julgou os recursos de Breno Fischberg, ex-sócio da corretora Bônus Banval, e manteve sua condenação. Após 69 sessões de julgamento do processo, desde agosto de 2012, a corte concluiu essa etapa com um saldo de 24 condenados — até ontem, eram 25.

INFOGRÁFICO: Veja os condenados e absolvidos do mensalão

Ontem, por 6 votos a 4, a corte absolveu João Paulo Cunha, resultado diferente de dois anos atrás. Com a mudança, o petista se livra de cumprir pena inicialmente em regime fechado. Cunha passará ao regime semiaberto, no qual pode, com autorização da Justiça, trabalhar fora da cadeia, porque a condenação pelos outros crimes foi inferior a oito anos de prisão. Ele foi sentenciado a seis anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e peculato (desvio de dinheiro público).

A maioria dos ministros do STF considerou que não há provas de que Cunha tivesse participado do esquema de lavagem de dinheiro. "Assim, inexistindo prova que o ora embargante tenha participado ou que tivesse conhecimento da origem ilícita do dinheiro, não há como embasar sua condenação do crime de lavagem de dinheiro", afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, o primeiro a votar para livrá-lo.

A corte entendeu que o saque de R$ 50 mil feito pela mulher do ex-parlamentar, Márcia Regina, na agência do Banco Rural em Brasília, não constituía um crime autônomo. Seria apenas uma etapa do crime de corrupção passiva, pelo qual João Paulo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi condenado. "É apenas uma circunstância modal do recebimento", afirmou o ministro Teori Zavascki.

Na semana retrasada, o STF já havia livrado outros oito réus pelo crime de formação de quadrilha, três dos quais ex-integrantes da cúpula petista: o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do partido José Genoino.

Genu e FischbergJoão Cláudio Genu também se livrou ontem da condenação pelo mesmo crime. Por 6 votos a 3, a corte entendeu que o ex-assessor era um mero intermediário do esquema de recebimento de recursos. Genu ficará sem qualquer punição no julgamento. Antes ele havia sido condenado a três anos e seis meses por lavagem. O único que teve a condenação mantida foi o ex-corretor Breno Fischberg, da Bonus Banval. Por 7 votos a 3, o STF entendeu que ele estava envolvido no esquema de desvio de recursos. Foi o único caso em que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, votou para manter a condenação. Barbosa chegou ao tribunal atrasado e não votou nos outros casos.

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