O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo telefônico da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), no âmbito de uma investigação ligada a depoimentos de ex-funcionários da empreiteira Odebrecht. A informação é da revista Veja.
De acordo com a reportagem publicada pela revista na segunda-feira (2), a Procuradoria Geral da República (PGR) apura se a paranaense está na lista do “setor de propinas” da Odebrecht, com o apelido “Coxa”, e se ela teria recebido R$ 500 mil, em dinheiro vivo, durante sua campanha eleitoral para o governo do Paraná, em 2014.
Documentos encontrados pela Polícia Federal na sede da Odebrecht, informa ainda a revista, relacionam o codinome “Coxa” a um número de telefone e a um endereço em São Paulo onde funciona uma agência de propaganda que participou de campanha eleitoral de Gleisi.
Procurado pela Gazeta do Povo nesta terça-feira (3), o advogado de petista, Rodrigo Mudrovitsch, disse, por meio de nota, que “a defesa da senadora desconhece qualquer medida dessa natureza [quebra de sigilo telefônico] e ressalta que o inquérito que discute esse assunto tramita em segredo de justiça”. “Por essa razão, eventuais decisões tomadas no âmbito desse inquérito não deveriam ser publicadas no presente momento”, afirmou o advogado.
Outro caso
Gleisi já responde a uma ação penal no STF ligada a Operação Lava Jato. Em setembro do ano passado, a segunda turma do STF decidiu acatar a denúncia feita pela PGR contra a senadora; contra o seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT); e também contra o empresário de Curitiba Ernesto Kugler Rodrigues, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PGR acusa o casal e o empresário de receber R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras para aplicar na campanha eleitoral da petista ao Senado, no ano de 2010.
Na denúncia, oferecida em maio do ano passado, a PGR narra que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria providenciado o dinheiro para a campanha eleitoral da petista a pedido de Paulo Bernardo. A operação teria sido feita pelo doleiro Alberto Youssef, com a ajuda do advogado Antonio Carlos Pieruccini. Antigo parceiro de Youssef, Pieruccini sustenta que pegou o dinheiro no escritório do doleiro em São Paulo e levou para Curitiba, onde entregou para o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, amigo do casal. Os três negam ter recebido o dinheiro.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético