Brasília (AE) O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem o Ministério da Justiça e a Polícia Federal a rastrearem a movimentação internacional do caixa 2 do PT nos Estados Unidos e em paraísos fiscais.
As investigações começarão pela off-shore Dusseldorf, que o publicitário Duda Mendonça confessou ter aberto no paraíso fiscal das Bahamas, a mando da direção do PT, para receber dívidas do partido na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Em depoimento à CPI dos Correios, ele disse ter recebido R$ 10,5 milhões por esse caminho.
A remessa, não informada à Receita Federal, foi feita pelo empresário Marcos Valério de Souza, que usou uma rede de doleiros no Brasil e uma triangulação com instituições financeiras em Miami e Nova Iorque.
Informalmente, o governo brasileiro já havia pedido às autoridades americanas e das Bahamas o bloqueio de recursos da Dusseldorf e de contas dos titulares da empresa, Duda e sua sócia Zilmar Fernandes da Silveira, para fins de futuro repatriamento.
O próximo passo do governo brasileiro será a criação de uma força-tarefa para ir aos Estados Unidos e às Bahamas pedir a quebra de sigilo das contas da Dusseldorf, das instituições financeiras que a abasteceram e das pessoas físicas e jurídicas autorizadas a movimentá-las.
Em contato informal do seu Departamento de Justiça, o governo americano já concordou em dar total colaboração às investigações.