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Além de Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, estão incluídos na investigação. | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Além de Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, estão incluídos na investigação.| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki solicitou que fosse enviada à Justiça Federal do Distrito Federal a investigação que apura se o ex-presidente Lula teve envolvimento em um esquema de compra do silêncio do publicitário Marcos Valério, operador do mensalão. A versão foi relatada pelo ex-senador Delcídio do Amaral, que firmou acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato. A informação foi publicada neste sábado pelo site da revista Veja.

Segundo a assessoria de imprensa do STF, o pedido foi direcionado à Justiça de primeiro grau no mês passado, já que tanto Delcídio do Amaral quanto Lula não têm mais direito ao foro privilegiado. O ministro atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou ao STF uma investigação sobre a participação de Lula, do ex-ministro Antonio Palocci e do hoje presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, na negociação de pagamentos feitos a Marcos Valério para comprar o silêncio do publicitário durante apurações do mensalão.

Segundo a delação premiada de Delcídio do Amaral, ele foi procurado por Valério quando presidiu a CPI dos Correios, entre 2005 e 2006; o publicitário ameaçava entregar o PT se não recebesse o pagamento de uma dívida de R$ 220 milhões. Ele também diz que as empreiteiras investigadas pela Lava Jato colaboraram para a quitação da dívida.

Outra frente de investigação que envolve o ex-presidente Lula tem como origem um depoimento dado em 2012 por Valério ao Ministério Público Federal na tentativa de firmar um acordo de delação. Nele, o publicitário disse que a empresa Portugal Telecom pagou uma dívida de US$ 7 milhões do PT. A PF e o MPF abriram um inquérito para investigar o caso, mas acabaram pedindo seu arquivamento. No entanto, a 10.ª Vara Federal, em Brasília, solicitou a retomada da investigação.

Marcos Valério irá a Curitiba em 12 de setembro para prestar esclarecimentos ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato. Ele é uma das testemunhas convocadas para falar sobre o empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, ao banco Schaim. Bumlai já confirmou à Justiça que o destinatário final do dinheiro era o PT.

No mesmo depoimento de 2012, Marcos Valério relatou que parte desse empréstimo foi destinada ao empresário Ronan Maria Pinto, que, segundo o publicitário, ameaçava envolver petistas no assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, em 2002.

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