O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, homologou o acordo de delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Zavascki permitiu que ele passe as festas de fim de ano em casa, com a família. Depois, ele voltará à carceragem da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerá preso até 24 de junho de 2016, quando passará a cumprir um ano e meio de regime domiciliar.
O acordo de delação premiada de Cervero foi fechado depois que sua defesa entregou ao Ministério Público Federal gravações que mostram o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro comentando sobre oferta de dinheiro e até sobre uma rota de fuga para o exterior em troca do silêncio de Cerveró, caso ele conseguisse habeas corpus na Justiça para deixar a cadeia. Os três foram presos e acusados de tentar atrapalhar as investigações
Cerveró já prestou os depoimentos à Procuradoria Geral da República. Além de entregar Delcídío, o ex-diretor falou aos investigadores sobre o pagamento de propina no caso Pasadena e ao senador Fernando Collor (PTB-AL). Além disso, detalhou o papel do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) no esquema de corrupção.
No final de novembro, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo a abertura de dois novos inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato. Em um deles, a Procuradoria investiga os senadores Delcídio, Renan e Jader por sua ligação com Nestor Cerveró.
Além da prisão até o final de 2018, Cerveró terá que devolver 1 milhão de libras esterlinas depositadas em Londres e cerca de US$ 800 mil dólares que estão bloqueados em contas na Suíça.
Como forma de compensação à Petrobras, Cerveró abriu mão de três apartamentos e de uma propriedade na região serrana do Rio. O ex-diretor ficará com um apartamento no Rio e uma casa em Itaipava, onde passará as festas este ano.
Nestor Cerveró, que comandou a Diretoria Internacional entre 2003 e 2008, já foi condenado na Lava Jato a mais de 18 anos de prisão em duas ações. Ele é culpado por utilizar o cargo para privilegiar empresas em negociações comerciais em contratos com a Petrobras em troca de propina. Também foi condenado por lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, zona sul do Rio, com dinheiro que recebeu como propina na Petrobras.
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