O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (27) o envio de cópia do inquérito que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) à CPI do caso Cachoeira.
As informações, segundo Lewandowski, poderão ser compartilhadas com o Conselho de Ética do Senado e com a comissão de sindicância da Câmara, que investigam o suposto envolvimento de Demóstenes e de deputados com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O ministro pede que a CPI observe a manutenção do sigilo das informações, uma vez que o inquérito corre em segredo de Justiça. Lewandowski diz que a comissão deve observar as "restrições de publicidade inerentes aos feitos sob segredo judicial", assim como a lei que regulamenta as interceptações telefônicas no país --que também prevê o sigilo.
O presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), disse que pedirá a cópia do inquérito na segunda-feira e prometeu cumprir a determinação de Lewandowski quanto ao sigilo.
O acesso aos documentos do inquérito era considerado como ponto de partida para os trabalhos da CPI. A comissão investiga os crimes desmontados pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, em que Demóstenes foi flagrado em conversas com Cachoeira.
O senador é suspeito de atuar em favor do empresário, de quem é amigo pessoal. Ele responde a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar. Já os deputados Rubens Otoni (PT-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) são investigados por comissão de sindicância da Câmara pelas ligações com Cachoeira.
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