O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou o julgamento do pedido de extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti para o dia 9 de setembro, uma quarta-feira. Condenado à prisão perpétua na Itália por suposto envolvimento com quatro assassinatos cometidos entre 1978 e 1979, ele se encontra preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde março de 2007.
Em janeiro, Battisti recebeu refúgio político do governo brasileiro. No entanto, enquanto o STF não julgar o pedido de extradição, ele não poderá deixar a cadeia. Cabe ao Supremo analisar se a concessão do refúgio a Battisti anula ou não o processo de extradição, no qual a Itália pede que o ex-ativista seja extraditado para aquele país.
Apesar de sempre ter negado os crimes pelos quais foi condenado, Battisti é apontado como um dos chefes da organização de extrema esquerda "Proletários Armados pelo Comunismo."Incidente diplomático
A concessão do refúgio ao ex-ativista gerou um incidente diplomático entre Brasil e Itália, que reagiu com indignação a decisão anunciada em janeiro pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, e tenta por meio de recursos reverter o refúgio.
Em maio, Tarso Genro disse durante audiência pública na Câmara que não crê em uma mudança na jurisprudência do STF. "Seria perturbador se o Supremo mudasse a jurisprudência no caso Battisti para atender à demanda de um país [a Itália] que não respeita as instituições do Brasil, tendo o STF sempre tendo referendado outras decisões de refúgio. Quero crer que isso não vai acontecer", disse o ministro, na ocasião.
Desde a concessão do refúgio, a Procuradoria-Geral da República já enviou alguns pareceres ao STF referentes ao caso Battisti. Um deles recomenda a extinção do processo em que a Itália pede a extradição e, outro, orienta que Battisti permaneça preso até que seja concluído o processo de extradição.
No último parecer, o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza sugeriu o arquivamento do mandado de segurança em que a Itália pede a anulação do refúgio concedido ao ex-ativista.
Em plenário, os ministros do Supremo deverão julgar o pedido de revogação da prisão preventiva do italiano, a constitucionalidade da lei do refúgio que coloca o Poder Executivo como a última instância para conceder refúgio político , e as solicitações do governo da Itália, que pede a revogação do refúgio e a extradição de Battisti.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Moraes vota pela condenação de deputados do PL denunciados em caso de emendas