O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou habeas corpus a Claudia Cruz e Danielle Cunha, respectivamente mulher e filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Elas queriam que fosse interrompida a investigação a que respondem por manter e usufruir de contas na Suíça.
Há duas semanas, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, determinou o envio para o juiz federal Sergio Moro da parte do inquérito referente a Claudia e Danielle, por elas não terem direito ao foro especial. O ministro manteve no Supremo apenas a parte das investigações referentes a Cunha.
A defesa das investigadas recorreu da decisão de Teori. Depois, em habeas corpus, pediu que o inquérito ficasse paralisado até que o julgamento do recurso. O habeas corpus foi sorteado para a relatoria de Celso de Mello.
Na terça-feira (29), ele negou o pedido com base em um aspecto técnico. O ministro lembrou que, pelas regras do tribunal, não se pode ajuizar habeas corpus contra decisão de outro integrante da corte.
Sigilo retirado
Na decisão de terça-feira, Celso determinou a retirada do sigilo do inquérito, que tramitava em segredo de Justiça. “Cabe acentuar, desde logo, que, em princípio, nada deve justificar a tramitação, em regime de sigilo, de qualquer procedimento que tenha curso em juízo, pois, na matéria, deve prevalecer a cláusula da publicidade”, escreveu Celso.
Ao dividir o inquérito, Teori atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para o procurador, as duas teriam cometido crimes independente, porque tinham autonomia na movimentação das contas bancárias. Para a defesa, seria impossível desmembrar o inquérito, já que os crimes investigados são os mesmos.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético