Os advogados do ex-ministro Antonio Palocci entraram com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar revogar os benefícios da delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. Em petição protocolado no STF, a defesa de Palocci, investigado na Operação Lava Jato , chama os dois de mentirosos.
A defesa alega que havia contradições entre a delação de Youssef e do ex-diretor da Petobras, Paulo Roberto Costa. Costa disse que, em 2010, Youssef lhe pediu R$ 2 milhões, que teriam sido solicitados por Palocci para a campanha da então candidata a presidente Dilma Rousseff. Mas o doleiro negou que tenha repassado dinheiro ao ex-ministro. A defesa de Palocci sustenta que, para superar essa contradição inicial, Youssef, em conjunto com Baiano, passou a sustentar versão de que teria entregue R$ 2 milhões a uma pessoa desconhecida em hotel em São Paulo, que poderia ser assessor de Palocci.
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Os advogados criticam a forma como estão ocorrendo as delações premiadas da Lava Jato, dizendo que há uma cooptação de investigados já psicologicamente fragilizados em razão da prisão a que estão submetidos. Segundo a defesa, houve estímulo para que inventem histórias, tendo em vista a liberdade.
“É que a vantagem oferecida em contrapartida é sedutora: a impunidade ou mitigação das penas cominadas ou já infligidas. Nessa dissolvente ambiência é que foi urdida, mediante fantástica construção, a estória de falsa participação do Requerente em fatos relacionados a uma supostamente ilícita arrecadação de numerário para campanha eleitoral à Presidência da República Federativa do Brasil no pleito de 2010”, diz a defesa.
O pedido inicial de revogação dos benefícios de Youssef e Baiano foi protocolado em 23 de novembro do ano passado, mas, em 10 de dezembro, foi negado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava ato no STF. Ele entendeu que Palocci não tinha legitimidade para fazer esse tipo de pedido. Assim, para evitar nova negativa, a defesa diz no recurso que não está pedindo a revogação do benefício dos delatores, mas trazendo informações que mostram as mentiras deles para que o STF tome as medidas pertinentes.
A defesa quer que Teori reconsidere sua decisão ou a leve para ser analisada pela Segunda Turma do STF, composta por cinco ministros, entre eles o próprio relator da Lava Jato. A petição é assinada pelos advogados José Roberto Batochio e Guilherme Octávio Batochio.
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