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A Justiça Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito sobre o cartel no sistema de trens e do metrô em São Paulo. As investigações foram remetidas ao STF porque há políticos com foro privilegiado – possivelmente deputados federais – mencionados no inquérito. O Judiciário não informou quem são as autoridades que levaram o caso para o Supremo, pois a investigação corre em segredo de Justiça.

Recentemente, foram citados os nomes dos deputados federais Arnaldo Jardim (PPS-SP) e José Aníbal (PSDB-SP, licenciado do cargo) como supostos políticos envolvidos no esquema de cartel. Ambos negam a suspeita.

A acusação contra os dois veio à tona após depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer. Ele fez acordo de delação premiada, que prevê a redução de pena para quem ajudar a desvendar o crime.

O pedido para que o inquérito fosse remetido ao STF foi feito pela Polícia Federal (PF) de São Paulo. A procuradora Karen Louise Kahn, do Ministério Público Federal, manifestou-se contra. Para ela, não havia indícios ou provas suficientes contra os políticos com foro privilegiado citados nos depoimentos da investigação. Mas a Justiça acatou o pedido da PF.

O inquérito que agora será conduzido pelo STF aponta que o integrantes do governo paulista tiveram conhecimento e avalizaram a formação de um cartel para a licitação de linhas do metrô e de trens urbanos de São Paulo. Os casos relatados vão de 1998 a 2008 e compreendem as gestões Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

O cartel envolveria o acerto de preços entre as multinacionais Siemens (Alemanha), Alstom (França), Bombardier (Canadá), Mitsui (Japão) e CAF (Espanha). Essas empresas teriam pago propina para políticos e servidores.

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