O sub-relator para movimentações financeiras da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), pretende pedir esta semana que a comissão aprove a quebra de pelo menos mais 10 sigilos bancários de empresas que serviram de intermediárias entre o empresário Marcos Valério e os políticos beneficiados com dinheiro de suas agências, por orientação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Além das empresas, Fruet vai propor ainda a abertura do sigilo de sacadores das contas de Valério que podem ter sido usados com o mesmo objetivo.
Uma das empresas que está no alvo da CPI é a Focal, que teria servido de intermediária para o dinheiro destinado à Guaranhuns. Segundo a CPI, os recursos teriam sido remetidos depois para uma outra empresa, a Esfort Trading, que fica no Uruguai, um paraíso fiscal.
A CPI deve solicitar ainda os contratos das agências de publicidade de Valério com a Telemig Celular e a Amazônia Celular, empresas controladas pelo grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, também já convocado para depor na CPI dos Correios e na do Mensalão. As duas repassaram às agências durante o período do governo Lula R$ 25 milhões do que nos três anos anteriores.
O Tribunal de Contas da União (TCU) já encontrou irregularidades nos contratos firmados pela agência SMP&B com os Correios. Relatório do TCU, entregue à CPI, aponta irregularidades como o recebimento de comissão sem que a agência tivesse prestado serviço, a subcontratação de empresas sem justificativa e indícios da prática de ilícitos fiscais pelos subcontratados, além do sobrepreço na aquisição de bens ou na prestação de serviços contratados pela agência de publicidade.
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