Rio de Janeiro - A DCNS, estatal que representa a França na parceria com o Brasil para construir o primeiro submarino brasileiro a propulsão nuclear, informou que a embarcação entrará em serviço em 2024, após 15 anos de construção. Trata-se de um prazo maior do que o estimado inicialmente pela Marinha do Brasil, que variava de 10 a 12 anos.
A empresa também informou que o primeiro submersível convencional Scorpène, a propulsão diesel-elétrica, levará sete anos e meio para ficar pronto e será lançado em 2017. As outras três embarcações, compradas em acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, serão lançadas em 2018, 2020 e 2021, com entregas separadas por intervalos de 18 meses. "A concepção e o início de produção dos submarinos começarão uma vez que o pagamento da primeira parcela tenha sido efetuado", informou a DCNS.
A empresa francesa nomeará um de seus executivos para presidir o estaleiro Itaguaí Construções Navais (ICN) e outros diretores-executivos da nova companhia, que também terá diretores nomeados pela Construtora Norberto Odebrecht (CNO), sua sócia no empreendimento. A DCNS, porém, será minoritária, com 41% do capital ante 59% da Odebrecht. A Marinha do Brasil terá apenas uma ação, do tipo golden share, com direito a veto, e acompanhará os trabalhos com um comitê supervisor.
"A Itaguaí Construções Navais é uma sociedade de propósito específico, criada para as necessidades de construção dos submarinos", explicou a estatal francesa, em resposta a perguntas enviadas por e-mail. "Teoricamente, após 15 anos, com a entrega do submarino a propulsão nuclear brasileiro, a Marinha do Brasil decidirá o que fazer com essa sociedade. Sua ação golden share lhe permite escolher a estratégia a adotar."
Mercado
Depois de conseguir vender os submarinos ao Brasil, a DCNS se prepara para oferecer navios de superfície aos brasileiros, segundo especula a imprensa francesa. O site Mer et Marine, especializado no setor, informou que, a estatal frances espera oferecer os substitutos para oito fragatas classe Niterói da Marinha do Brasil, que entraram em serviço entre 1976 e 1982 e que deverão ser substituídas em breve.
Os franceses também querem substituir os velhos navios de desembarque de tropas da Marinha do Brasil, dois de 1956 e um de 1970, por novos barcos de projeção e comando (BPC) e eventualmente barcos do tipo TCD Foudre e Siroco.
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